Hoje proponho-me com o mesmo assunto obter um Oito e um Oitenta que é como quem diz, fazer dois tipos de abordagens a uma mesma temática, a do copo meio cheio e a oposta com o próprio meio vazio.
Falo-vos da presença portuguesa na Expo 2010 em Xangai, na China. O orçamento disponível é de dez milhões de euros para a concretização do seguinte objectivo : "potenciar o posicionamento do país, a actividade económica e os contactos entre empresas".
Três desses milhões destinam-se às obras do interior do pavilhão que representará Portugal na exposição. O comissário geral da participação lusa, afirmou à comunicação social que "há muito a fazer pelo posicionamento de Portugal, um país integrado na Europa e contemporâneo, mas cuja localização é ainda desconhecida por muita gente".
O tema da Expo 2010 é "Melhor Cidade, Melhor Qualidade de Vida".
Feita esta introdução, lanço o debate e passo a emitir as minhas opiniões pessoais.
Por um lado, parece-me estratégico o investimento no turismo. O nosso país tem grande potencial nesse campo e há que atrair mais turistas a Portugal como forma de gerar receitas, potenciar a nossa economia e até mesmo criar postos de trabalho.
Numa mostra como esta devemos marcar presença e fazê-lo de forma dignificante não só do nosso rico passado histórico, como também do nosso presente enquanto país desenvolvido, apesar das inúmeras carências que todos identificamos.
Até aqui ouso atribuir um Oitenta à presença portuguesa na Expo 2010 da China.
Contudo, como não há bela sem senão, considero despropositado o investimento a realizar quando internamente questionamos a realização de obras públicas que talvez sejam estruturantes para o país. Perdoem-me a insistência, mas volto à plataforma logística que surgirá em Elvas a reboque do tão falado TGV.
O PSD e Manuela Ferreira Leite têm-se insurgido contra a realização da obra, alegando que endividará ainda mais o país e comprometerá as gerações futuras.
A verdade é que me parece que o país tem sido governado da mesma forma que muitos portugueses gerem as suas próprias casas. O importante é ostentar e aparentar lá fora, mesmo que dentro de casa as coisas não estejam muito arrumadas. Importa sair ao domingo com roupa nova, ter um bom carro à porta e uma casa vistosa, mesmo que depois se tenham que fazer grandes cortes no orçamento e nos privemos de coisas que supostamente são fundamentais ou que se chegue ao fim do mês sem conseguir cumprir os compromissos financeiros contraídos.
Como diz o povo "mais vale parecê-lo do que sê-lo". Lá vamos "afadistar" para a exposição de Xangai, mesmo que esse dinheiro fosse melhor canalizado em necessidades mais prementes.
Qual é a vossa opinião? Oito ou Oitenta?
São Mais Dualidades!!!
NP
EU HOJE SOU...
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Boa tarde amigos. Acabo de regressar do Algarve. Espero que estejam todos
bem. Eu continuo com o problema dos olhos e ainda há espera da consulta no
hos...
Há 2 meses
8 comentários:
Espero que o investimento referente à participação de Portugal na Expo 2010 em Xangai, traga dividendos para o nosso país e não seja mais mais uma participação...
Que seja efectivamente potenciada a actividade económica de Portugal com seja o "gigante asiático" senão lá vão mais 10 milhões.
Um pouco difícil assumir uma opinião. Se por um lado vejo como bom o investimento, por outro vejo-o excessivo.
Bem … eles é que sabem, como gastar o nosso dinheiro! Tem sido sempre assim e continuará a ser.
Para mim é claramente um oito !
Beijinhos,
Não é só o turismo que está em causa, sabes bem que a China é o mercado mais apetecível do planeta. Por isso é que todos tapam os ouvidos quando se fala em desrespeito dos direitos humanos nesse pais. O que interessa é posicionar-se nesse mercado e fazer contratos chorudo. Se Portugal conseguir, digo-te que 10 milhões são uma ninharia em relação ao potencial retorno. Por outro lado, tal como nos paises da ex-URSS, o povo (e os empresários) têm uma adoração por tudo o que brilha, daí a importância da ostentação e opulência do pavilhão. Há que brilhar para chamar à atenção. Fartos de miséria estão eles.
Concordo com o João Paulo Saragoça.
Não consigo discutir nem ter argumentos suficientes para dizer se não bastaria ter investido 7, 8 ou 9 milhões em vez dos 10, mas que esses mercados merecem investimento, disso não tenho dúvidas.
E continuamos a jogar alto. A imprensa hoje fala na presença de Luis Figo e Cristiano Ronaldo no evento enquanto embaixadores lusos e a proposta de um concerto da fadista Mariza no dia de Portugal no certame, ou seja, 6 de Junho.
Concordo que esse investimento no mercado mais apetecível do mundo, poderá ser mesmo uma "ninharia".
Mas com um défice tão elevado em que o Governo apenas aposta na sua redução em 1% para este ano, e tendo eu as minhas dúvidas pela forma como poderemos potenciar o país em Shanghai, questiono se tanto investimento terá restorno.
Os embaixadores teriam mesmo de ser pessoas públicas conhecidas por todo o mundo, como são o Figo e o Cristiano Ronaldo. Mas baratos não são...
Com tanta incerteza penso que o 80 não será claro, mas também não o é o 8, já que o país necessita mostrar-se ao mundo. Fico-me no meio e a aguardar o que poderá acontecer.
Abraço
Acho que o Sr. Saragoça tem razão.
Eu atribuia-lhe um 40.
O retorno não vai ser imediato. Vai demorar anos e vai ser gradual. Eventualmente quando começarem a surgir, podem atribuir a proveniencia a outras quantas iniciativas.
Acho que todas as iniciativas deste género são boas, quantificar o retorno de cada uma delas é que é difícil.
Acho que aparecer tem k ser em grande. Se podiam gastar menos? Também acho k sim. Porque, como todos sabemos, quase metade vai para o bolso dos "bem intencionados"...
Jinhos,
MS
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