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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Capotes Alentejanos

No meio de tanta notícia negativa que se lê, quando aparece uma que nos deixa satisfeitos faz toda a diferença. Quando são notícias deste tipo, que se referem à nossa terra, mais prazer nos dão a ler.

Existem muitos objectos que são tipicamente alentejanos. Um deles, sem dúvida nenhuma, eram os capotes. No inverno, pastor que se prezasse e tivesse juízo, por causa do frio que se fazia sentir, tinha o seu.
Em pequeno, recordo-me, o meu avô ofereceu-me um. Bem quente, sem dúvida.
Actualmente, pensava que era mais uma daquelas tradições que tinham caído em desuso. E possivelmente até é. Também isso contribuiu para a satisfação com que li a tal notícia, publicada em vários jornais.

Parece que o capote alentejano está, de certa forma, na moda. Até em alguns outros países da Europa e da América.
Segundo a notícia, os longos e quentes capotes alentejanos são nesta altura do ano muito procurados para fazer face às baixas temperaturas.

Continuando e citando "A única fábrica de capotes no sul do país localiza-se na freguesia de Santa Eulália, no concelho de Elvas. É ali que centenas de capotes começam a ser confeccionados logo no Verão para que nesta altura do ano possam ser vendidos em todo o território nacional, noutros países da Europa e na América.

José Alpedrinha começou a fazer capotes quando tinha apenas 18 anos de idade. Aprendeu com o pai que era alfaiate e dirige a empresa alentejana que já assinala cinquenta anos de actividade na feitura destes agasalhos.

Na época alta de produção fazem entre quinze a vinte capotes por dia. Neste Inverno, a fábrica de José Alpedrinha já confeccionou mais de 700 capotes.

"Já chegámos a ter aqui na empresa setenta trabalhadores. Agora são só sete", conta à agência Lusa José Alpedrinha, ao mesmo tempo que acrescenta que "o negócio vai bem e não tem sentido a crise".

Cada capote representa quatro horas de trabalho, só na parte da costura, e o preço não está acessível a todas as bolsas: "os capotes variam entre os 200 e os 300 euros, sendo mais caros os que têm gola de raposa".

O capote alentejano foi deixando as verdejantes planícies alentejanas e instalou-se no guarda-roupa das grandes cidades da Europa e metrópoles mundiais "há capotes feitos por mim em Paris, Londres e até na América, principalmente no Canadá onde faz mais frio".

Um caso que eu desconhecia. Mesmo com todas as dificuldades que esta pequena empresa terá passado, neste momento creio que se pode classificar como uma empresa de sucesso, a que a crise não tem afectado.
Mais do que projectos megalómanos, acho que o futuro do Alentejo passa por estes pequenos projectos e empresas. De recuperação de tradições e produtos tradicionais, mas não só.

A notícia aqui.

JP

2 comentários:

dualidades np disse...

Tb tive um capote quando era mais pequeno. E gostava bastante dele!
Agora cresci e já ñ me serve...é a lei da vida :-)
Este tipo de industrias é que devem ser incentivadas pq preservam os produtos locais e criam postos de trabalho sustentados.

Anónimo disse...

K giro! Não fazia ideia.
Lá está, é o Dualidades a cultivar a malta! :)

Tb me parece uma das vias de sucesso da nossa terra, e que é de incentivar as PME.

Tou capaz de comprar um!

Jinhos,
MS