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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Já não há Volta (a dar)

Foi ainda ontem que o NP escrevia sobre umas das questões mais recorrentes que se colocam nos tempos que correm. A questão do gastar ou não gastar, do investir ou não investir.
Dada a falta de dinheiro que parece afectar tudo e todos e os apelos à contenção de despesas, todos nos colocamos dúvidas sobre que casos e que situações merecem que se gaste.
Ontem o NP falou do investimento da Exp0 2010 em Xangai, onde Portugal vai investir 10 milhões num pavilhão e na nossa representação.

Também ontem li uma notícia que falava do inverso, ou seja, no cortar nas despesas e no "investimento" dada a situação difícil que se vive. Estou a falar na Volta ao Alentejo em bicicleta que foi suspensa devido a dificuldades financeiras da AMDE – Associação de Municípios do Distrito de Évora.

Segundo o comunicado emitido já no dia 26, a AMDE esclareceu que "tem vindo a enfrentar crescentes dificuldades de natureza financeira na organização anual da prova", justificando ainda que, a alteração do regime jurídico das associações de municípios, em 2009, "veio agravar significativamente" aquele cenário.

A associação adiantou ainda que redobrou, nos últimos dias, "os esforços para encontrar uma solução para a edição de 2010", mas "não foi possível chegar, para já, a uma solução, nem no quadro da região, nem com o apoio de outras entidades no país".

"Fomos, por isso, forçados a solicitar à Federação Portuguesa de Ciclismo a suspensão da prova em 2010", indicou, concluindo esperar que "nos próximos meses seja possível reunir as condições indispensáveis ao regresso da "Alentejana" já em 2011 como desejam todos os entusiastas do ciclismo".

Já nas palavras do Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), Artur Lopes, "É mais uma machadada na modalidade, mas, apesar da crise económica, penso que, se houvesse vontade política, a prova podia manter-se, quer numa categoria mais baixa, quer com menos dias de corrida para reduzir os custos. De qualquer forma, é negativo para o ciclismo".

A Volta ao Alentejo fazia parte do calendário da União Ciclista Internacional e era uma das 6 provas internacionais existentes em Portugal, que se vinha realizando de há muitos anos para cá e que já trouxe a Portugal muitas equipas e nomes de destaque do ciclismo internacional.

Resumindo, temos aqui mais um caso de um evento representativo do Alentejo que cai pelo caminho devido à falta de financiamento. É verdade que o comunicado fala em suspensão, que deixa no ar a hipótese de ser uma situação temporária, mas também todos sabemos que nestas coisas o que custa mais é o impacto inicial, depois com o tempo cai no esquecimento e mais ninguém se lembra do assunto.
Além do mais, mesmo que posteriormente a organização queira fazer regressar a Volta, pode haver consequências negativas para a prova, tais como a perda das datas reservadas à prova ou até mesmo o estatuto que detém junto a União Ciclista Internacional.

JP

5 comentários:

dualidades np disse...

Ultimamente é cada vez mais notória a dependência financeira deste tipo de eventos desportivos. E, como em tudo, quem paga beneficia. É vêr o calendário de etapas da Volta a Portugal ou até mesmo da Alentejana e rapidamente percebemos quem investiu. A verdade é que tem perdido bastante interesse ao não apresentar uma cobertura nacional mas antes uma cobertura às regiões com maior poder de investimento. Percebe-se que os custos do evento têm de ser pagos, mas a estratégia não é a mais correcta.
Em tempos de crise, ficamos sem a Alentejana...

Anónimo disse...

Se pensarmos que o dinheiro k ia para aí pode ir para outras coisas mais prioritárias, é natural que estas coisas se percam...

Jinhos,
MS

Elvascidade disse...

Sinais dos tempos!

JPS disse...

Quem quer investir numa cambada de atletas dopados? Talvez só mesmo as farmacêuticas.

portasdolivenza disse...

Alentejo,apagado do mapa do ciclismo,pena pois a prova constava do calendario internaconal,retiram-nos quase tudo,estamos para portugal como portugal esta para a europa,longe.