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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Red Bull Air Race

Vivemos tempos em que a vida do país e dos portugueses não anda claramente na mó de cima, pela crise que já dura há bastante tempo e promete não ir embora tão depressa, pelas empresas que passam dificuldades e muitas fecham portas e consequentemente pelo desemprego que todos os meses aumenta.

São muitas as dificuldades e os problemas que os nossos governantes do poder central e do poder local têm em mãos e precisam de resolução rápida e, no entanto, como país peculiar que muitas vezes somos, passamos muito do nosso tempo preocupados a discutir o sexo dos deuses e a inventar problemas e assuntos que apenas servem para gastar energias e não aquecem nem arrefecem a maioria de nós.

Hoje falo de um destes assuntos, que na minha opinião é mais uma telenovela à portuguesa e onde até o tal poder central e local já anda metido, como se não houvesse nada mais importante.
O país social e até já o país político andam preocupados e já desavindos porque o festival aéreo internacional Red Bull Air Race, que há vários anos se realiza no rio Douro, entre o Porto e Vila Nova de Gaia, poderá mudar-se para Lisboa e para o rio Tejo.

O deputado do PSD, eleito pelo Porto, Luis Menezes, filho do Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, responsabiliza o nosso poder central por esta possibilidade se colocar.
Tudo isto porque, sendo este um festival de vive de patrocínios, ele realizar-se-á nos locais que oferecerem melhores condições a vários níveis, onde se incluem obviamente as condições financeiras. Quem melhor pagar.
Devido a isto, o Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, também se atira ao governo porque segundo ele a possibilidade deste festival ir para Lisboa deve-se ao facto de existirem empresas que estarão dispostas a patrocinarem essa mudança e, para espanto de Rui Rio, essas empresas são empresas de capitais públicos, como são a PT, a Galp e a EDP.

Por um lado, insisto naquilo que disse de início. Como se pode imaginar numa situação destas e com as rivalidades e os “bairrismos” naturais que já existem entre Lisboa e Porto, tudo isto serve para meter mais lenha na fogueira e ocupar os portugueses.
Por outro lado, e a ser verdade a teoria defendida por estes políticos do norte do país, também me causa algum espanto o porque destes empresas quererem patrocinar este festival mas apenas sendo em Lisboa. Se a vontade de patrocinar existe, porque não o patrocinaram e não o patrocinam no Porto?!
Ou então, uma terceira hipótese. Porque não patrocinarem a realização deste festival no rio Guadiana, algures entre Elvas e Olivença?!
E já agora, aproveitando a embalagem, mais uma sugestão. Estando nós em tempos de crise, porque não usam estas empresas o dinheiro para coisas mais úteis?!

JP

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