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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Há as crises de uns e as crises de outros

É a verdadeira tragédia grega para muitos, espalhados por toda essa Europa fora, mas para alguns poucos, seja sem intenção ou pelo contrário, muito bem pensado, a Grécia está a ser uma autêntica mina de ouro. Com uma grande vantagem. É que não foi preciso abrir nenhum buraco e cavar. Bastou aproveitar o buraco aberto por outros.

Nos últimos tempos (dias, semanas, meses, ...) tudo gira em torno da Europa, Grécia, economia, crise, líderes europeus, cimeiras, reuniões, telefonemas, Zona Euro, Sarkozy, Merkel, bolsas, bancos, Euro, pacotes de ajuda e austeridade e tem sido de uma autêntica palhaçada e parece coisa de amadores.
Como ouvi ontem o Presidente do Conselho de Administração do BCP, Santos Ferreira, dizer, mais coisa, menos coisa, há muito tempo que não se via tanta incompetência e passividade junta como se tem visto agora, dos ditos líderes europeus.
Aqueles que os europeus escolheram para nos governar andam num disse que disse e numa sequência de reuniões inócuas há meses e a única coisa que temos visto é a situação a piorar cada vez mais.

As cenas e as novelas europeias têm sido pródigas em episódio trágico cómicos. O último deles, e que mais uma vez conseguiu agitar tudo e todos e que apenas agradou aos ditos "mercados", veio, mais uma vez, da Grécia.
No meio do buraco em que estão metidos, sem dinheiro para pagar as necessidades básicas que garantem o funcionamento do país, alguém acordou um dia de manhã e lembrou-se de dizer que ia convocar um referendo para perguntar aos cidadãos se concordavam com as medidas de austeridade e os pacotes de ajuda do estrangeiro. Isso depois de terem recebido dinheiro da União Europeia e de lhes terem perdoado 50% da dívida.
Consequência imediata e mais que PREVISÍVEL para qualquer pessoa minimamente atenta: as bolsas europeias caem em queda livre. Como também é ÓBVIO, com as acções do bancos mais expostos à dívida grega a mandarem os trambolhões maiores.

Ontem, como se nada, o Ministro das Finanças grego disse no parlamento grego que a ideia do referendo não tem pernas para andar e morrerá à nascença.
Pois bem, como também não é muito difícil de imaginar, as bolsas reagem a este balão de ar de esperança e sobem, nem que seja por um dia ou dois.

Como comecei por dizer, estas notícias de "brincadeira" são ideais para que alguns poucos ganhem muito dinheiro com toda esta palhaçada. Seja sem intenção ou com toda a intenção do mundo, alguém que esteja a par e saiba com alguma antecedência deste tipo de notícias fabricadas tem em mãos a possibilidade de ficar rico de um dia para o outro, sem mexer uma palha. É tão simples quanto comprar uma boa quantia de acções quando estas acabam de cair num buraco por causa da ideia de um referendo inventado por alguém na noite anterior e vende-las passados uns dias, quando outro alguém diz que essa ideia de referendo não passa de uma divagação.
Basta conhecer as pessoas certas. A Europa continua na crise mas sempre enchemos os nossos bolsos.

JP

1 comentário:

Elvascidade disse...

Autêntica palhaçada e o zé povinho é que paga o pato!