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terça-feira, 26 de abril de 2011

Um 25 de Abril diferente...

Num desabafo Otelo Saraiva de Carvalho diz que se arrependeu de o fazer, mas a verdade é que também esteve no Palácio de Belém para uma edição diferente das comemorações do 25 de Abril.

Com um governo demissionário e eleições antecipadas ao virar da esquina, os 37 anos da revolução não tiveram lugar na Assembleia de Republica e, pela primeira vez, juntaram as quatro figuras que, pós 25 de Abril, ocuparam o cargo de Presidente da Republica : Cavaco Silva, Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio.

O convite partiu de Cavaco Silva e mostrou ao país um exemplo de unidade, com vários recados dirigidos aos partidos com assento parlamentar.

Cada um ao seu estilo, todos procuraram fazer um retrato da situação actual, mas a minha preferência recai na oratória de Jorge Sampaio. O antecessor de Cavaco Silva foi capaz de ir ao detalhe da questão e apontar o dedo aos políticos mas também aos cidadãos, repartindo por todos as culpas do cenário em que nos encontramos. Com pés e cabeça e sem receios, Jorge Sampaio acusou alguns políticos de não terem capacidade para as funções que ocupam, mas também aos cidadãos que muitas vezes só sabem reclamar direitos mas que nem sempre cumprem os seus deveres.

Oxalá toda a classe politica tivesse essa clarividência e por certo a sua forma de actuação seria mais próxima da expectativa dos eleitores, reduzindo o fosso que actualmente conhecemos.

A presidir a assembleia presente no palácio, Maria Cavaco Silva foi também anfitriã das suas três antecessoras : Manuela Ramalho Eanes, Maria Barroso e Maria José Rita.

Estou de acordo com Miguel Sousa Tavares na sua crónica das segundas-feiras no Jornal da Noite da SIC. As celebrações, nos moldes em que foram realizadas, dizem muito mais aos portugueses do que a habitual sessão solene na Assembleia da Republica, com a larga maioria de deputados munidos de cravo ao peito e outros tantos, menos vinculados a esse símbolo, acredito que por posicionamentos políticos.

A união entre estes quatro casais cujas vidas estão intimamente ligadas ao presente e ao passado de Portugal vai estar também presente num livro escrito pela jornalista Alberta Marques Fernandes a ser publicado há poucos dias, sob o titulo "As primeiras damas" onde vão ser dadas a conhecer as historias de vida destas Senhoras que, apesar de em segundo plano, ajudaram os maridos a cumprir da melhor forma as suas funções. Estão prometidos alguns episódios próprios da função e que todos desconhecemos. Parece interessante!

E depois de quatro dias de descanso, coisa que não deve ter agradado muito aos senhores do FMI, a semana de trabalho espera-nos...felizmente mais curta!!!

São Mais Dualidades!!!
NP

2 comentários:

Elvascidade disse...

... e voltamos à luta! :)

Anónimo disse...

Tenho andado afastada do k se passa em Portugal.
As iguarias não me deram tempo pa mais nada!!!
:))))))
Pois parece-me uma boa maneira de ter comemorado o 25 de abril.
Como disse o MST, o Otelo não consegue engolir o facto de não ter ficado ELE à frente do país após 25 abril.
Acho mt bem k se arrependa!
Ontem tb vi uma reportagem k deu na SIC em que foram a casa de um grupo de amigos, entre os quais o mais mediático Rui Porto Nunes (o vampiro), e lhes pergutaram o que achavam do 25 de abril e do k o mesmo representa para eles.
Responderam, e a meu ver, bem, que como nunca viveram em ditadura não tÊm como estabelecer comparação. Esta é a realidade que sempre conheceram.
1 deles indagado do que acha do antes e do pós 25 abril, ele diz que tem as coisas boas e más, mas que pelo que lhe relatam os familiares, não havia insegurança, criminalidade, marginalidade, etc...
O grande mal do 25 de Abril, foi terem caído no oposto.
Do não se ter/poder fazer NADA, passou-se a ter/poder fazer TUDO!
Tamos a pagar a factura. E os nossos filhos estão empenhados até que morram!!!!
E viva a liberdade!

Jinhos,
MS