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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A morte

A igreja católica consagrou o dia de hoje a todos os santos e mártires, na véspera do dia dos fiéis defuntos. No entanto, por ser feriado, todos dedicam o dia 1 de Novembro para rumarem aos cemitérios e prestigiarem os seus mortos. Limpam-se as campas, enfeitam-se com flores e acorre-se ao campo santo para homenagear antepassados queridos, amigos, todos eles pessoas importantes que nos marcaram e contribuíram para a formação pessoal que apresentamos.

É um dia triste, em que a saudade fala mais alto e é inevitável recordar os entes queridos que partiram fisicamente mas que continuam a viver connosco nos nossos sentimentos.

A temática da morte acompanha-nos ao longo da vida sem que logremos obter respostas para as nossas dúvidas e na maior parte das vezes sem que consigamos aceitá-la, não só a nossa como também a dos que nos rodeiam.

Esta semana na revista Visão lia algumas reflexões do grande escritor António Lobo Antunes sobre o tema e não pude deixar de me rever nelas.
O autor do recentemente lançado “Sôbolos Rios que vão” afirma a sua total incompreensão sobre a morte, opinando que ninguém morre já que todos eles continuam a viver através dos seus entes queridos. Não posso estar mais de acordo.

A verdade é que, apesar do desaparecimento físico, todos os que amamos continuam connosco. Não podemos vê-los mas é deles que nos lembramos nas dificuldades, interferem nas nossas vidas fazendo-nos recordá-los nos mais pequenos gestos do quotidiano ou nos pormenores mais banais.

Afirma ainda António Lobo Antunes que “chega uma altura em que estamos em paz ( com os nossos mortos ) e o nosso diálogo é de tal maneira perfeito que nem sequer necessitamos de palavras. E depois sentimos que estamos a viver também por eles. Eu estou a viver pelas pessoas de quem gostei e que, para mim, continuam vivas.”

Se pensarem um pouco, é mesmo isso que acontece.

A nossa existência é o prolongamento das vivências dos nossos pais e avós e de todos os que ajudaram a construir a nossa personalidade, tal como também eles deram continuidade à herança que lhe legaram os seus antepassados e os nossos descendentes darão seguimento a tudo o que nós lhe incutimos.

A cada 1 de Novembro serão recordados os que já partiram fisicamente, mas nos restantes dias do ano saudaremos o facto de existirem dentro de nós e caminharem connosco dando-nos força para enfrentar as dificuldades do caminho.

A saudade é compensada pelas boas recordações!

São Mais Dualidades!!!
NP

1 comentário:

Dualidades JP disse...

Bom feriado (o que resta dele).