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terça-feira, 27 de outubro de 2009

O que eu quero ser quando for grande

No Domingo passado, depois de acabar o jogo entre Académica e aqueles gajos que equipam de azul e branco, como o resultado não foi o mais positivo e para tentar esquecer-me disso, comecei a fazer zapping pelo meu universo televisivo à procura de algo para continuar a ver.
Aqueles que acompanham as nossas divagações com alguma assiduidade já devem saber que o meu universo televisivo não é lá muito vasto. Digamos que, quando a programação não é grande coisa, consigo percorre-lo em 6 ou, vá lá, 7 segundos. Depende do sono que eu já tenho.
Quando eu faço este desabafo, o meu sócio NP costuma dizer que eu estou a ficar um forreta. Mas aí eu respondo-lhe que ele está a ficar gordo e ele cala-se.

No Domingo, após 4,87 segundos de zapping, caí na SIC. Vi o que estava a dar e mantive-me lá.
Estava a dar os "Ídolos" e vi aquilo até ao fim. E foi durante o programa que uma luz se acendeu dentro de mim e percebi finalmente o que quero ser quando for grande.
Ao contrário da maioria, não quero ser astronauta porque a ideia de ter uma avaria lá em cima, chamar a assistência em viagem e responderem-me que estou fora do raio de cobertura do reboque não me agrada, não quero ser bombeiro porque pensar em vários homens andarem a passar a mangueira de mão e mão não me parece muito másculo, não quero ser deputado porque não tenho a resistência ao sono que é necessária para desempenhar convenientemente as suas exigentes funções e também não quero ser estilista porque ainda está para aparecer o primeiro que gostasse mais de despir as Barbie’s da irmã para ver o que estava lá debaixo do que vesti-las com várias roupinhas coloridas.
O que eu quero ser quando for grande é Júri dos "Ídolos". Aquilo é demais!
Já imaginaram uma saída profissional que não necessita de estudos (e até podemos falar português do Brasil que serve na perfeição), em que as pessoas fazem fila de várias horas para nos ver e serem enxovalhadas por nós e no fim suplicam por um elogio nosso, em que passamos o dia a rir das figuras de urso que vamos vendo, aparecemos na televisão e, não menos importante, de certeza que ganhamos uns honorários bem simpáticos. É o máximo.

À parte deste objectivo de vida que passei a ter, também acho o programa muito bom. A única lacuna, por enquanto, é o facto de eu ainda não fazer parte do júri.
Mas ainda assim, consigo rir-me com aqueles autênticos "cromos" que por lá vão passando, convencidos que sabem cantar mas que na realidade mais parece que estão a emitir os ruídos típicos do processo de acasalamento dos burros.

Depois de ver o programa, consigo dividir os concorrentes em vários grupos:
- os que sabem realmente cantar (que são muito poucos) mas que não me despertam muito interesse porque o que mais há por aí é malta a cantar bem. Esses dispenso;
- os que conseguem emitir uns sons semelhantes ao processo de cantar mas que ainda assim não se livram de umas bocas do júri (ai quem me dera...), o que ainda dá para rir um bocado;
- os que gostam de dizer que "para mim a música é uma forma de vida" e me fazem lembrar de algumas pessoas com quem já me cruzei e diziam que "a informática para mim é uma forma de vida" e me faziam pensar na quantidade de pessoas competentes que estão no desemprego;
- finalmente, aqueles que dão razão à expressão "amor de mãe é cego" e à qual eu acrescente "e surdo", porque se não fosse não tinham deixado os filhos sair de casa. Mas são estes os meus preferidos. É rir até não poder mais!

JP

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