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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Hoje decidi dar uma volta de 360º

Na semana passada, um comentário deixado num dos nossos posts dizia-nos que o Dualidades ultimamente andava muito politizado. Eu espero que isso tenha apenas querido dizer que ultimamente temos escrito alguns posts virados para o tema da política. Caso contrário, tenho de ter uma conversa com o NP para saber o que é que ele anda por aí a fazer? :o)
Brincadeirinha, como dizia a outra cuspideira de fontes!

Que fique bem claro que tanto eu como o NP não temos filiações partidárias, nunca pertencemos a nenhuma Juventude (nem Mocidade), não temos interesses nem ambições politícas nem nunca vivemos de rendimentos "politicamente desinteressados de bens materiais e apenas a favor do bem-estar dos cidadãos". Ou pelo menos directamente. Algumas das moedas que o NP ganha no part-time que tem aos fins-de-semana, a arrumar carros, não posso garantir que não venham de detentores de cargos políticos.

Digo isto porque autores de alguns outros comentários que aqui têm caído ultimamente devem achar que alguém que tem opinião formada sobre um determinado tema, neste caso politica, tem obrigatoriamente de ter uma tatuagem no braço para toda a vida a dizer "Amor de Partido". Posso dizer-lhes que, ao contrário do que possam pensar, nem o NP é filiado no PXXX nem eu no PDI.
Mas já agora, só um aparte. E se fossemos?!...

Mas voltando ao primeiro comentário de que falei. Depois de pensar, repensar, madurar sobre essa questão e analisar os últimos posts que aqui escrevemos cheguei à seguinte conclusão: "Porra! Então não é que é verdade! Ultimamente temos abusado do tema politica!"
Então, e depois de fazer esta profunda retrospectiva e ter chegado a essa preocupante conclusão, hoje decidi falar de... politica (mas prometo que é a última vez... pelo menos esta semana :o) ).

Portugal deve ter batido mais um recorde e entrado para o livro do Guinness, algo que parece ser muito apreciado por cá.
Na primeira sessão legislativa no Parlamento, após as eleições Legislativas e com os novos deputados, que ocorreu na passada Quinta-feira, já houve uma desistência. João de Deus Pinheiro, cabeça de lista do PSD por Braga, não deve ter exercido o cargo mais do que uma hora. A primeira coisa que fez depois de chegar ao parlamento foi apresentar a sua demissão. Alegando razões pessoais.
Até a bancada do seu próprio partido, o PSD, foi apanhada de surpresa com esta decisão.

Eu questiono-me que razões pessoais tão fortes serão essas que há duas semanas atrás, quando se apresentou a votos, não existiam e que entretanto também não teve oportunidade de comunicar ao seu próprio partido.
João de Deus Pinheiro, habituado aos cargos de Ministro dos Negócios Estrangeiros, Comissário Europeu e Eurodeputado, que ocuparam muitos anos da sua vida (e falo apenas daquelas "profissões" em que se ganha bem e não dão muitas chatices. Não falo dos joguinhos de golf que ele fazia porque esses não deviam ser remunerados), deve ter-lhe bastado entrar no Parlamento português para achar que aquilo era muito medíocre e não se adequava a ele.
Segundo fonte da mesma empresa que fazia as escutas ao Presidente da República, João de Deus Pinheiro, assim que entrou na Assembleia terá dito: "Ai côrrôrrê! Isté tão piqueno! E estas cadêras! Tão duras! Já tô exaurido e dói-me o traseirô! As razões pessoais tão a dá cabo de mim! Vô embora!".

Como eu o compreendo e até lhe dou o meu apoio. A vida de deputado é muito exigente e desgastante e não deve ser exercida por pessoas que tenham outras obrigações ou limitações pessoais. O que se espera de um deputado é que compareça a todas as sessões legislativas e lá permaneça do início ao fim. Todos aqueles que considerassem não poder cumprir estas exigências deviam sair e serem substituídos.
O meu maior receio é que a debandada fosse tão grande que ainda tivessem de ir chamar as senhoras da limpeza da Assembleia para ocuparem os lugares deixados vazios e fazerem as votações.

Sobre este caso, dizem as más-línguas que João de Deus Pinheiro, quando se candidatou, estaria a espreitar uma possível vitória do PSD e teria em vista uma posição de destaque num Governo "laranja" ou então a presidência do Parlamento.
Com os resultados que se verificaram nas eleições, se ficasse no Parlamento, o senhor não ocuparia nenhum lugar de destaque e seria apenas mais um deputado.

A única coisa que eu acho mal no meio disto tudo é que, após comunicar a sua saída, ele tenha sido substituído por outro. Mas que falta faz isto?! Como se alguém desse por falta de um no meio daqueles todos?! A Democracia nem ia dar pela falta dele...

JP

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