Nós por cá... estamos assim!

O país continua com as escutas às voltas e o diz que disse entre Belém e São Bento. O costume! Há sempre qualquer trica para entreter o país e afastá-lo dos problemas reais que, ao fim e ao cabo, são os que verdadeiramente importam.

Se os senhores políticos querem justificar os chorudos salários que auferem, venham ao país real, com olhos de ver e apercebam-se das assimetrias e desigualdades entre regiões.

Ontem estive em Portalegre. Fui participar numa acção de formação sobre a normalização contabilística ( outra chachada a que me referirei outro dia ) e tomei contacto com a realidade da capital de distrito. Apesar de nos separarem escassos 56 quilómetros Portalegre não costuma fazer parte do meu itinerário de passeios e que o diga o amigo Cordas que já não via há mais de um ano...

A verdade é que, da mesma forma que Elvas se queixa da transferência de serviços e valências para a capital de distrito, também esta se lamenta do mesmo, neste caso para Évora.

Segundo me apercebi, também Portalegre sofre de abandono por parte do poder central, sendo cada vez mais, um dos distritos mais desfavorecidos do país.
Onde estão os investimentos estruturantes? Onde está a criação de postos de trabalho? A criação de riqueza? A fixação de jovens no final da sua formação académica?

Ao que parece, das 600 vagas que a Escola Superior de Tecnologia e Gestão disponibilizou para este ano lectivo, apenas 400 foram preenchidas.

Quanto à Zona Industrial, sendo uma das maiores do país, em área, encontra-se parcialmente às moscas à espera de investidores.

A realidade do distrito não é nada animadora. Valha-nos o Grupo Nabeiro e o oásis profissional que é Campo Maior.

Somos um dos distritos mais envelhecidos do país, que perde população a cada ano, e vendo-se sem grandes perspectivas, no meio das planícies alentejanas e a extremadura espanhola.

Já só temos dois deputados na assembleia a zelar pelos nossos interesses, somos o distrito do país com menos representantes no hemiciclo...

Enquanto isto tudo acontece, o Presidente da República e o Primeiro-Ministro trocam farpas e fazem acreditar em anos de instabilidade política.

E nós? O que podemos esperar?

São Dualidades?
Infelizmente não!
NP