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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Dualidades remember 2010 (#3)

Continuando a revisão do que foi o ano de 2010, o Oito e Oitenta de hoje vai alargar a sua janela temporal e trazer aqui aquelas que foram as personagens do ano que agora terminou, pela positiva e pela negativa.
Não estou à espera de gerar consenso, apenas de dar a minha modesta opinião tentando não me esquecer de ninguém que tenha sido realmente importante. Certamente cada um terá a sua, bem própria. E se assim o entender, esteja à vontade para comentar e dizer de sua justiça.

Oito – Personagem nacional do ano

José Sócrates

Provavelmente ainda vou levar umas bocas nos comentários, de alguns dos mais de 36% de portugueses que votaram nele nas últimas eleições legislativas (mais de 2 milhões), mas garanto-vos que esta escolha foi muito bem pensada.

O que se pode dizer do Primeiro-Ministro de uma país, que depois de vir de uma legislatura de 4 anos de maioria absoluta, em que podia fazer e tomar as medidas que bem lhe apeteciam, entra numa segunda legislatura e em pouco mais de um ano nos brinda com 3 PEC’s e nos oferece um país à beira da bancarrota, ameaçado pela intervenção do FMI, endividado até ao pescoço e a continuar a endividar-se a uma velocidade alucinante até chegar à raiz dos cabelos, que não consegue cortar nas despesas e apenas aumenta os impostos, e cujo senhor insiste em continuar a passar-nos a ideia de que está tudo bem, tudo controlado e que vem aí o paraíso.

O que se pode dizer de um cidadão que nos últimos anos viu o seu nome envolvido em inúmeros casos de corrupção e de comportamentos ilegais ou incorrectos.
Nada foi provado até hoje. É verdade! Mas custa-me muitíssimo a acreditar que esteja meio mundo a tentar incrimina-lo de tudo e mais alguma coisa apenas porque não gostam da cara dele.


Oitenta – Personagem nacional do ano

José Mourinho

Goste-se ou não do seu estilo, até à data ninguém pode negar que estamos a falar de um vencedor sem igual.
Quer se concorde ou discorde das suas opiniões e formas de pensar, a ninguém lhe é indiferente. Ou se adora ou se odeia. É difícil haver meio termo com ele.

Desde a sua carreira no Futebol Clube do Porto, José Mourinho conta os seus desafios profissionais por sucessos.
O ano de 2010 foi mais um. E dos grandes.
Ao serviço do Inter de Milão, ganhou dois troféus internos, o Campeonato italiano e a Taça de Itália, mas a sua realmente grande conquista aconteceu com a vitória na Liga dos Campeões, um troféu que fugia ao Inter há mais de 40 anos.

Se mais reconhecimento fosse necessário, Mourinho foi agora eleito pela IFFHS como o melhor treinador de 2010, com uma larga vantagem sobre o segundo, Guardiola, do Barcelona.


Personagem internacional do ano

Julian Assange

Provavelmente, pelo seu nome ainda haverá muitos que não identificam esta personagem mas se disser que foi o fundador do WikiLeaks não deve haver muitos que não saibam de quem estou a falar.
Este senhor, de nacionalidade australiana, conseguiu adicionar mais uma palavra, WikiLeaks, ao dicionário de meio mundo.

Esta Organização já conta alguns anos de existência, mas apenas saltou para as bocas do mundo este ano. Começou por volta de Abril, quando divulgou um vídeo de um helicóptero americano, em território iraquiano, matando várias pessoas civis, entre os quais jornalistas da agência Reuters.
Alguns meses depois divulgou uma compilação de milhares de documentos secretos do governo americano sobre a guerra no Afeganistão. Mais recentemente, começou a divulgar, gradualmente, milhares de telegramas e outras comunicações secretas entre as embaixadas americanas espalhadas pelo mundo e o governo central deste país.

Tudo isto fez com que o mundo passasse a conhecer um pouco melhor aquilo que muitos de nós imaginávamos que pudesse ser a realidade mas sem certezas de nada. E também que os patrões do mundo pensem duas vezes antes de tomar determinadas atitudes semelhantes.

JP

4 comentários:

Elvascidade disse...

Inteiramente de acordo com as distinções.

Anónimo disse...

Eu acho que o Socrates merece o 80 por conseguir ainda não ter sido preso.

Anónimo disse...

Acho que tens aqui um bom texto e concordo com tudo, mas como estavas à espera de levar bocas e ainda não te apareceu nenhuma aqui estou, também já passou um dia e quase ninguém vai ler.

Como partilho as tuas opiniões vou pegar é na matemática e escrita.

1)
"alguns dos mais de 36% de portugueses que votaram nele nas últimas eleições legislativas (mais de 2 milhões)"

Nas eleições votam portugueses e não só, não é preciso ter nacionalidade portuguesa para votar portanto estás a deixar de fora alguns responsáveis. Depois portugueses há cerca de 15 milhões, 36% daria perto de 5 milhões e logo a seguir falas em 2 milhões, os tais 2 milhões devem ter sido mas de eleitores. O que andaste tu a fazer durante as aulas de estatística homem?

2)
"nos brinda com 3 PEC’s"

Os plurais não se formam com apóstrofes, onde foste buscar isto? A tua professora de português era parecida à de estatística?

3)
"Este senhor, de nacionalidade sueca"

Ele é australiano, do outro lado do mundo. Geografia?

Toma e embrulha. Agora não te queixes que não tens comentários no blog.

Anónimo disse...

Voltando ao 1) vê-se logo que também não devo ter prestado muita atenção em estatística, 2 milhões devem ser de votantes e não de eleitores que mais de metade destes nem votam.