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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A 13 de Outubro...na mina de San José no Chile!

Em Fátima milhares de pessoas rezavam em mais uma comemoração das aparições, enquanto que, do outro lado do mundo, a cápsula que baptizaram simbolicamente como “Fénix II”, fazia sucessivas viagens a 700 metros de profundidade para resgatar, um a um, os 33 mineiros que ao longo de 68 dias permaneceram em cativeiro.

O acontecimento foi revestido de algum misticismo, até mesmo pelas declarações do presidente Sebastian Piñera que desde a primeira hora acompanhou o decorrer dos trabalhos de resgate : “Tudo o que está relacionado com este resgate tem algo de místico. São 33 mineiros e é no dia 13/10/10 (33 no total) que começam a ser salvos. Como país temos tantos problemas para enfrentar que acredito que vamos conseguir fazê-lo, tal como enfrentámos este resgate. Esta situação demonstra que quando o Chile se une na adversidade é capaz de coisas grandes. Oxalá este exemplo permaneça entre nós.”

Um a um, todos os mineiros foram “renascendo das cinzas” e chegando à superfície onde os aguardavam familiares e amigos, bem como entidades oficiais, médicos e uma parafernália de jornalistas e de comunicação social à escala global.

Com eles foram dadas a conhecer as suas histórias de vida, e soubemos um pouco mais das motivações e das dificuldades de cada um deles. Fazendo referência ao novo programa da SIC, ao fim e ao cabo, “histórias com gente dentro”.

Ficamos a saber que, o primeiro mineiro salvo era Florêncio Avalós de 31 anos e segundo na hierarquia da mina. A esperá-lo tinha o filho de 7 anos.

Ficamos a saber que o mineiro Juan Palma de 52 anos era ex-militar ou que o mineiro Carlos Mamani era boliviano e jurou nunca mais voltar a trabalhar numa mina, ou que Jimmy Sanchez de apenas 19 anos trabalhava na mina por tradição familiar, apesar da legislação determinar que apenas o podem fazer os maiores de 21 anos.

O mundo continua de olhos postos neste país da América do sul que, apesar das suas limitações e dificuldades conseguiu montar esta mega operação que permitiu resgatar com vida este grupo de trabalhadores, revelando um esforço de mobilização e de união sem precedentes.

No entanto, todo este desagradável episódio vem destacar as condições precárias e de pouca segurança em que muitos chilenos desenvolvem a sua actividade profissional.
São reflexões importantes a fazer agora que a história teve um final feliz e que cada um destes homens voltou à normalidade do seu quotidiano, apesar de, certamente, recordarem para sempre esta experiência que os manteve soterrados durante quase setenta dias na mina de San José em pleno deserto do Atacama.

São Mais Dualidades!!!
NP

2 comentários:

Notícias curiosas de Elvas disse...

No anterior "post" dedicado a este assunto preconizei que tudo iria correr bem, contrariando o pessimismo de um dos Administradores.

Muito e muito felizmente e apesar da minha enorme propensão para me enganar, desta vez não me enganei!

Elvascidade disse...

Infelizmente o dinheiro e todo o poder económico é mais importante que a segurança para os trabalhadores. Aqui como em muitas outras profissões impera o único objectivo que é obter o máximo de lucro possível mesmo que para isso possa custar certas medidas de segurança para os seus trabalhadores.
Esta vez o final foi feliz mas nem sempre assim é.