Sugestão SOL
As Verdadeiras Ameixas de Elvas

Por Sónia Balasteiro
Luís Conceição não parava um segundo. Não podia parar. No Verão passado os frutos amadureceram duas semanas antes do previsto e era preciso dar vazão aos quilos de ameixas que os fornecedores lhe entregavam, em duas remessas, todos os dias

A culpa, explicava, era das temperaturas elevadas que varreram o Alentejo em poucos dias. Por isso, nem Luís nem nenhum dos seus seis trabalhadores - três mulheres, três rapazes - tinham tempo a perder.
Conseguiu estacionar sem problemas a carrinha de caixa fechada à porta da pequena fábrica 'escondida' na Elvas velha, privilégio da destreza do hábito. Abriu as portas da carrinha e chamou um dos rapazes para o ajudar a descarregar as 13 caixas de ameixas verdes.
Um pouco mais maduras e tornavam -se impossíveis de ser 'as' Ameixas de Elvas. «O método que utilizamos é exactamente o mesmo há 90 anos», garantia Luís, por entre a azáfama da cozedura das ameixas, num pátio cheio de panelas de cobre, água quente, açúcar.
«Seis mil quilos por ano de açúcar, 10 a 11 mil quilos de ameixas», especifica. Números que o tornam o maior produtor da Ameixa de Elvas do país.
As trabalhadoras suavam, frente aos fogões onde as ameixas cozem em água - primeira fase; depois tiram-nas para fora, para repousar, em alguidares de plástico.
Noémia Miranda, a encarregada de 34 anos, lenço na cabeça, é a única que aqui trabalha todo o ano. E há mais tempo que Luís. «Já trabalhava para os pais dele», conta. «Comecei aos treze».
Trabalho duro este, com as temperaturas elevadíssimas, o peso dos alguidares de ameixas, a cadência mecânica dos gestos a acontecer no momento exacto em que têm que acontecer.
Ao lado, fica um dos armazéns, onde as ameixas aguardam o primeiro ponto; outras o segundo. «É que, nisto, não há segredo nenhum», simplifica o produtor, «a não ser o facto de tudo isto ser feito exactamente como no primeiro dia, completamente à mão». E ia apontando: «Estas têm só cozedura; aquelas já têm o primeiro ponto».
Por dia, são produzidos 1.200 quilos de ameixas. Saem daqui para todo o país - Luís refere o grupo Nabeiro e as Pousadas de Portugal como exemplos de cadeias suas clientes - e para o exterior: Inglaterra, Estados Unidos da América…
Queixa-se da falta de apoios por parte da câmara de Elvas, de reconhecimento dos 90 anos da casa: nasceu em 1919, pelas mãos de Manuel Candeias, padrinho do pai de Luís; em 1970 passava para a sua família e, em 1999, tinha então 40 anos, Luís Conceição tomava-lhe conta dos desígnios: «Era director de um banco, na altura. Larguei tudo. E, sim, vale a pena. Só o facto de o meu pai saber que isto não vai acabar enche-me de uma alegria imensa». E, como dizem por aí, quem corre por gosto não cansa.
Luís Silveirinha Conceição
Rua Martim Mendes, 17 A
Elvas
Tel. 268 628 364
E nada melhor para acompanhar as Ameixas de Elvas que a música proposta pelos sócios Duais. Aqui ficam as duas propostas:
Dualidades JP
Dualidades NP
Qual preferem?
São Mais Dualidades!!!
NP
6 comentários:
Bem..já sabemos que o JP geralmente perde mas não era necessário esconder a música dele com um link que não leva a lado nenhum.
Voto no NP por falta de comparência...
Uma correcção...para acompanhar a Ameixa de Elvas nada melhor que uma boa Sericaia
AMEIXAS DE ELVAS-marca registada,PARA QUANDO?
O artigo original:
Sugestão SOL
As Verdadeiras Ameixas de Elvas
Por Sónia Balasteiro
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=165759
Uma excelente história de sucesso de um empresário de Elvas que produz, exporta e gera riqueza. Um exemplo a seguir.
No entanto o senhor "Queixa-se da falta de apoios por parte da câmara de Elvas"... mas apoios para e no quê? Já demonstrou que sabe ser bem sucedido, não parece precisar de apoios. Às câmaras o que se deve pedir é que saiam do caminho e não empatem.
A pedir apoios ainda lhe acontence é a fábrica ganhar um novo nome com as iniciais RA.
Talvez o Luis conceição quizesse dizer com os apoios da camara,UMA ESTRATEGIA CONSERTADA ENTRE A CAMARA A ASSOCIAÇÃO E OS EMPRESARIOS,ESTRATEGIA EMPRESARIAL.AFIM DE PROMOVER ELVAS AS SUAS EMPPRESAS E OS SEUS PRODUTOS.
Se os apoios são assim uma estratégia mais ampla e visionária, a pergunta mantêm-se, apoio da câmara para quê? Associações de empresários de sucesso podem perfeitamente desenvolver estratégias de promoção das suas empresas e produtos sem meter câmaras ao barulho, se conseguem sucesso é porque sabem valer-se por si próprios.
Talvez até seja contra-producente misturar entidades políticas com negócios, ainda acabam estagnados em processos burocráticos ou a terem que contribuir para campanhas eleitorais para conseguirem os tais apoios.
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