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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Copenhaga. Como vai ser?

Agora que entramos na ultima semana da Conferência de Copenhaga sobre o clima, se fizermos um pequeno balanço do que tem sido até aqui, as principais notícias que têm vindo a publico e que mais a têm marcado e mais tempo de antena têm tido são aquelas que estão relacionadas com confrontos entre manifestantes e a Policia.
Se hoje me perguntassem para referir o que de mais marcante tem saído da Conferência, seria essa a minha opinião.

Exceptuando isso, as outras noticias que têm surgido desta Conferência estão relacionadas com a falta de entendimento entre os países participantes, que normalmente são divididos em duas classificações, de países ricos a países pobres (ou países em vias de desenvolvimento, se preferirem), e cujos interesses nestas situações são quase sempre divergentes.
Na semana passada correram rumores de que os países ricos, patrocinados pelo país organizador, a Dinamarca, estariam a preparar o texto de um futuro acordo o qual seria bem mais simpático para os tais países ricos e bem mais severo para os países mais pobres.

De um lado temos os países ricos a dizer que devem ser ao países mais pobres a reduzir as suas emissões porque se eles, países ricos, o fixarem, vão estar a comprometer todo o seu tecido industrial (e poluidor) que já existe e está instalado nas suas economias.
Por outro lado, temos os países em vias de desenvolvimento a dizer que não podem ser eles, que estão agora numa fase de crescimento das suas economias, a comprometer esse crescimento e condicionar o seu desenvolvimento.

Todos os países participantes neste tipo de Conferências apresentam-se lá com discurso semelhante, sempre baseado na necessidade de todos chegarem a um acordo que aponte para a diminuição dos níveis de poluição. Mais isto é a teoria.
Quando chegamos à prática, toda a gente foge a compromissos e objectivos concretos e apenas se apontam os dedos uns aos outros, dizendo que o parceiro do lado é que devia reduzir mais os seus níveis de poluição.

Depois de Quioto ter sido um conjunto de boas intenções que nunca passaram disso, passados estes anos, torna-se extremamente urgente que os países comecem, não a tomar, mas sim a aplicar medidas para a redução dos níveis de poluição. Esta redução, a acontecer, nunca terá efeitos imediatos. Longe disso. Ainda demorará muitos anos a fazerem-se sentir esses efeitos.
O maior problema de todos será quando atingirmos o ponto de ruptura, em que já não há volta atrás e os efeitos da poluição forem irreversíveis.
Quando isso acontecer, seguramente já não seremos nós os principais afectados, mas serão principalmente as gerações que vêm atrás que mais vão pagar essa factura.
Fico à espera dos resultados de Copenhaga.

JP

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