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quinta-feira, 30 de junho de 2011

O efeito Angélico

Creio que desde as últimas eleições legislativas, em que tivemos de escolher entre mais um governo PS ou um novo Governo PSD, que um tema não dividia tanto os portugueses quanto aconteceu agora com a morte do actor/cantor/modelo/"sei lá mais o quê" Angélico.

Os últimos dias, com especial incidência no dia de ontem, em que Portugal acordou com a já mais ou menos prevista morte de Angélico, as opiniões e as manifestações a que tenho assistido na comunicação social ou através da internet, têm sido de extremos.
Tem bastado ligar a televisão e ver uma qualquer reportagem sobre o internamento e posteriormente o falecimento do actor e salta à vista a quantidades de fãs que se deslocaram para o hospital e literalmente acamparam lá à porta, em manifestações de solidariedade, correntes de apoio e afins.
Pelo que tive oportunidade de ver e como seria de esperar, este grupo é constituído maioritariamente por jovens que se declaram fãs e muitas se dizem apaixonadas pelo antigo actor dos Morangos com Açúcar.

No extremo oposto, temos aqueles que dizem que apenas se deu a importância que deu a este caso por ser uma figura pública, que ninguém fala nas (ir)responsabilidades que o mesmo teve no acidente e, principalmente, que quase que se tem ignorado os outros três ocupantes das viatura, tendo um deles morrido logo no acidente e outro estar em estado muito grave.
Ainda do lado desta "facção", posso dizer que poucas vezes como esta recebi tantos emails sobre um mesmo tema e todos eles com piadas, provocações e situações jocosas relacionadas com o falecimento do actor.

Apesar de ser um excluído e não pertencer ao "clube" do Facebook, já tive oportunidade de perceber que as páginas que foram abertas sobre o acidente e a morte de Angélico são mais que muitas e, como não podia deixar de ser, para todos os gostos. Temos aquelas que são fãs e amigos do cantor e temos também aquelas cujo teor é quase que a congratular-se pela sua morte. De extremos, sem dúvida.

Quanto a mim, lamento a sua morte, como lamento a morte de muita gente que morre nas nossas estradas em acidentes estúpidos e que muitas vezes podiam ser evitados. Principalmente de pessoas jovens que tinham uma vida inteira pela frente.
Lamento a sua morte como lamento que um outro ocupante da viatura tenha morrido logo na hora do acidente.
Lamento que se tenha posto a circular o boato de que ele não trazia cinto quando parece já está provado que é mentira, de facto trazia e foi cortado pelos bombeiros na altura do desencarceramento e também lamento que ainda ninguém tenha dito a que velocidade circularia o carro na altura do acidente.

JP

1 comentário:

Elvascidade disse...

Tudo isto foi uma forma de nos últimos dias se venderam mais revistas e jornais. É a sociedade em que vivemos!