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terça-feira, 28 de junho de 2011

Democracia à islandesa

O Facebook já faz parte das nossas vidas. Mais das vidas de uns do que de outros, é verdade, mas invariavelmente todos temos contactos directos ou indirectos e praticamente diários com o Facebook. É sem dúvida a "Rede Social", das redes sociais.
As utilidades e utilizações do Fecebook são cada vez mais vastas e variadas mas ainda assim, de vez em quando, ainda vai aparecendo uma ou outra que me surpreende. É o caso desta que falo hoje.

A Islândia é o país que nos últimos anos andou nas luzes da ribalta essencialmente por duas razões. E nenhuma delas boa.
Primeiro por ser o país que entrou em falência, por o seu sistema financeiro ter entrado em colapso.
Depois, passados uns anos, por causa dos seus vulcões, que de um momento para o outro decidiram entrar em erupção e paralisar ou condicionar o espaço aéreo europeu durante semanas.
Esta mesma Islândia, volta agora a ser notícia, desta vez não pela negativa mas pela... originalidade, digamos. E provavelmente por dar uma verdadeira dimensão à palavra "democracia". Tudo isto ligado ao Facebook e outras redes sociais.

A Islândia, esse país com uma área maior que a de Portugal mas com uma população que ronda os 320 mil habitantes, com o impulso que foi dado precisamente pela crise financeira que atravessou há uns anos, propôs-se rever a sua Constituição, originária do já longínquo ano de 1944. E decidiram fazer essa revisão da Constituição auscultando a opinião dos cidadãos, os quais são chamados a participar com as suas ideias e sugestões através do Facebook.

O projecto de revisão da Constituição deverá estar finalizado até aos finais de Julho e foi constituída uma Assembleia de 25 pessoas, as quais são responsáveis por redigir um documento que será a base da futura Constituição.
Esse documento a ser produzido tem também por base as tais ideias e sugestões que os finlandeses vão deixando na conta do Facebook (e outras redes sociais) criada para o efeito.
A conta, para além de recebes as opiniões dos cidadãos, serve também como ponto de debate sobre essas mesmas ideias e sugestões e dessa forma os finlandeses pretendem afinar as ideias e chegar a um consenso o mais alargado possível.

Segundo as pessoas responsáveis por ideia, o seu principal objectivo é fazer as pessoas participarem na criação de um documento que irá, de certa forma, reger as suas vidas e dessa forma sentirem que é de facto seu, que foi criado e definido por eles mesmo e não algo que lhes foi imposto por alguém.

A ideia, para além de extremamente original não deixa de fazer o seu sentido. No fundo é isso mesmo, é dar a palavra a quem de facto interessa, poder auscultar as opiniões dos cidadãos interessados em dá-la de forma a chegar a um documento que seja o resultado dessas ideias e discutidas entre muitos. Desta forma torna-se o documento que é a Constituição em algo mais popular e próximo dos cidadãos e não algo que um conjunto de intelectuais pensou, provavelmente até muito à sua imagem, e que no final impingiram à maioria.

JP

3 comentários:

Elvascidade disse...

Porque não uma ideia a seguir?

Anónimo disse...

Uma lição de democracia que deviamos aprender.

Anónimo disse...

Olha la', se calhar o Anibal ate' e' um visionario!