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quinta-feira, 16 de junho de 2011

E se fosse cá

Sempre olhei para os franceses, entre outras coisas, como um povo algo extremista. Às vezes pelas coisas e atitudes boas mas normalmente pelas coisas e atitudes menos boas.
Há dias soube de mais um caso que suporta esta minha teoria.

A entidade que regula os media e a comunicação social em França prepara-se para proibir as referências na Televisão e na Rádio às redes sociais do Facebook e do Twitter.
Frases actualmente tão habituais e até banais tais como "Encontre-nos no Facebook" ou "Siga-nos no Twitter" vão passar a ser proibidas nas Televisões e Rádios francesas e os órgãos de comunicação social que as profiram estarão sujeitos a multas, embora ainda não se conheçam os valores a aplicar aos prevaricadores.
Tomando como base uma lei francesa datada do ano de 1992 que classifica como publicidade as referências a marcas, as entidades competentes francesas querem impedir que referências ao Twitter e ao Facebook sejam feitas neste tipo de comunicação social, tomando apenas como excepção os casos em que se demonstre que tais referências sejam relevante para a notícia a divulgar.

Neste caso concreto, para além de achar que esta medida (ou lei) peca por excessiva e extremista, também me apetece classificá-la de estúpida.
Mesmo não sendo francês e por isso não ser em nada afectado por ela, apetece-me perguntar o porquê da lei apontar objectivamente para essas duas redes sociais, o Facebook e o Twitter. Então e as outras?!
Apesar dessas duas serem provavelmente as maiores e mais usadas redes sociais em todo o mundo, há outras. Mesmo não sendo um grande utilizador destas redes, assim de repente lembro-me de outras, tais como o hi5, o Myspace ou até se quisermos, o próprio YouTube, entre outras.
Então e porque é que as referências a estas outras redes sociais não são também proibidas?! Realmente não consigo perceber esta ideia tola.

E se fosse cá?! Não vejo muita televisão nem oiço muita rádio francesas mas se for como acontece por cá, não há programa de televisão ou rádio que não tenho a sua área e a sua conta no Twitter e, principalmente, no Facebook.
Já se tornou banal vermos ou ouvirmos num qualquer programa de Televisão ou de Rádio o apresentador passarmos o contacto do mesmo nessas redes sociais e pedir os telespectadores ou ouvintes que vão lá visitar e deixem as suas opiniões e sugestões.
No meu caso particular, nunca o fiz. Mas certamente haverá por aí muita gente que se essa ponte de contacto desaparecesse iria sentir falta de qualquer coisa.
Até o nosso Presidente da República comunica com os portugueses mais vezes pelo Facebook do que por qualquer outro meio de comunicação. Muito avançado.
Ainda bem que não somos franceses. Pelo menos nisto.

JP

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