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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Boas notícias ou areia para os olhos?!

Coisa rara. Em poucos dias ouvi duas coisas sensatas vindas da boca da classe política que nos governa (ou quer governar).
Uma delas foi referida no post de ontem, do NP, sobre a possibilidade de reformular o mapa administrativo de Portugal, podendo assim acabar com muitas situações "obsoletas" que se encontram por esse Portugal fora. Obsoletas mas dispendiosas. Esse é que é o problema.

A outra "coisa" sensata que ouvi nos últimos dias, que já se vem arrastando há algum tempo e "ameaça" ganhar algum peso partiu de... algures ali mais ou menos a meio dos dois maiores Partidos, o PD e o PSD.
A ideia, seja pioneira de um ou de outro Partido pouco interessa. O que interessa é que a possibilidade de trazer à baila a discussão sobre a hipótese de reduzir o número de Deputados da Assembleia da República já é positivo.
PS e PDS, partindo de algumas vozes mais ou menos isoladas dentro dos Partidos, admitem a possibilidade de trazer ao debate política a redução dos 230 Deputados que actualmente preenchem as bancadas da Assembleia da República.

Qualquer pessoa minimamente atenta ao que se passa naquela casa da democracia, como gostam de lhe chamar, percebe que a grande maioria daqueles que lá se sentam diariamente (a palavra "diariamente" é apenas uma força de expressão. Parecia mal escrever aqui "de vem em quando" ou "algumas vezes") apenas lá estão para fazer número e levantar-se quando são mandados.
O núcleo de Deputados com iniciativas práticas e voz activa na Assembleia deve representar uma mínima parte do total dos seus 230 ocupantes.
Mantendo as mesmas proporções democraticamente eleitas pelos vários partidos, creio que a democracia portuguesa em nada seria prejudicada se dos 230 cortássemos uma boa fatia. Creio que em termos práticos não haveria qualquer diferença.
A proposta que corre nas vozes dos que tocam neste tema falam numa redução de 230 para 180. Acho até que se fossem mais alguns não se perdia muito.

Os maiores opositores a esta medida são os chamados pequenos Partidos representados na Assembleia. Provavelmente com receio de perder lugares e peso numa futura redistribuição de percentagens já nesta legislatura e em futuras eleições.

A verdade é que a Constituição Portuguesa refere que se houver uma concordância de 2/3 da Assembleia a coisa pode dar-se sem necessidade de alterar essa mesma Constituição.
Fica a dúvida se Partidos vão deixar esta ideia ir em frente e se os próprios deputados irão votar favoravelmente à perda de alguns dos seus lugares que tão bem lhe sabem. Juiz em causa própria...

JP

3 comentários:

Elvascidade disse...

Seria uma boa notícia, mas infelizmente não vai passar de "areia para os olhos".

Elvascidade disse...

Ah ... e parabéns pelas 100000 visitas!

Anónimo disse...

Já não acredito no pai natal.