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terça-feira, 31 de maio de 2011

Geração muito à frente

Será o espelho da sociedade e da juventude dos dias de hoje ou uma infeliz coincidência?!
Colocando a especulação de parte, a verdade conta-se pelos factos: há dias Portugal inteiro ficou indignado com uma notícia que foi divulgada por uma Televisão sobre um vídeo que foi colocado no Facebook onde se podiam ver duas jovens adolescentes a agredirem selvaticamente uma terceira (ainda em idade de criança) ao murro, pontapé e tudo o que se possa imaginar, no pátio das traseiras de um prédio de Lisboa.
Enquanto estas cenas de pugilato decorriam mais alguns jovens assistiam a tudo passivamente e gozavam o prato, havendo um deles que aproveitava para filmar tudo com o telemóvel, tendo depois colocado o troféu no Facebook.
Foi este vídeo que chegou às Televisões e assim se desencadeou a já longa história que todos conhecemos.
E pelas imagens que todos tivemos oportunidade de ver, certamente que a jovem não ficou nada bem tratada.

Ainda andávamos todos a discutir esse primeiro caso e eis que nos chega outro a casa, tão ou mais grave. Desta vez em Sintra, mas também com duas jovens do sexo feminino envolvidas.
O motivo parece surreal mas a verdade é que por causa de um mero cigarro (inicialmente falou-se num telemóvel mas em comunicado a Policia Judiciária disse ter sido o cigarro, imagine-se) uma adolescente de 17 anos esfaqueou uma outra miúda de 14 anos, por 17 vezes, com um x-acto.
Se no primeiro caso várias pessoas assistiram impávidas às cenas da agressão, neste caso um jovem de 21 que foi em auxílio da vítima também foi brindado com alguns cortes.

Recordo-me da minha infância e adolescência e sei que as zangas e às vezes as brigas, com uns estalos e socos à mistura, faziam parte dos recreios e tempos livres do pessoal. Ainda apanhei algumas. Isso não é novidade nenhuma. Faz parte.
A novidade está no aparato e na gravidade das agressões de que agora vemos e ouvimos falar. Se nos meus tempos o normal era ficar com umas nódoas negras e no pior dos casos, na fase mais adiantada da adolescência, um olho inchado, agora parece que é a matar. Se antes era "apenas" a doer, agora é a matar, se for preciso. Sem pena.
Actos de tal gravidade são praticados com uma tal ligeireza e inconsciência, como se estivessem apenas a mandar um estalo em alguém. Nada mais. Parece que não existe nada dentro daquelas cabeças que lhes diga que o que estão a fazer pode ter consequências gravíssimas. E por motivos que são pouco mais que nada.

Muita gente diz que as crianças e adolescentes de hoje são muito mais "à frente" que os de há duas ou três gerações atrás. Não tenho problema nenhum em concordar com isso. Os meios de aprender e recolher informação que existem hoje em dia em nada se comparam aos que existiam na minha geração.
O grande problema parece ser que isso se aplica ao bem e positivo mas também ao mal e negativo.

JP

2 comentários:

Elvascidade disse...

Será informação a mais!

Anónimo disse...

Na minha opinião, o problema é que não há valores, não há moral. Miúdos que são educados assim, é o k dá.
É que no "nosso tempo", ser de classes sócio económicas mais desfavorecidas, não significava falta de educação. Pelo contrário, as pessoas eram humildes, mas educadas, honestas.

Esse é o grande mal.

Não foi por acaso k noutro dia o PR disse para as familias investirem na educação dos filhos.
É que estas coisas levam 1 geração a destruir, mas 2 ou 3 para voltar a repor...

Jinhos,
MS