Antes de saires de casa presta atenção

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Bento XVI vem aí...

O país conta os dias que faltam para receber o mais alto representante da Igreja, o Papa Bento XVI.

No entanto, e recordando anteriores visitas do desaparecido Papa João Paulo II, admito que o entusiasmo é inferior. Razões? Algumas.

Não me refiro propriamente às últimas notícias trazidas a público e que associam os membros do clero a práticas pedófilas, apesar de achar que contribuem para que todos os vejamos de forma bem diferente.

É notória a empatia que João Paulo II conseguia junto dos fiéis e não só. A sua fisionomia ajudava a que todos reconhecemos nele a bondade, a generosidade e a paz que deve ter tão alta figura da Igreja. Todos víamos nele o representante de Deus na terra, a materialização de tudo o que de bom nos transmitem as Sagradas Escrituras.

Fossem ou não crentes, poucas eram as pessoas que não tinham uma boa ideia do Santo Padre. Vimo-lo activo no envolvimento dos cristãos com a igreja, no encontro entre os povos, vimo-lo reconhecer a dor causada aos judeus. Era humilde e afável, cativava pequenos e graúdos.

Muitos choraram com a sua morte e aguardaram com expectativa a nomeação do seu substituto.
Bento XVI sucedeu-o e, por mim falo, não lhe reconheço as características que me faziam gostar de João Paulo II.

Fisicamente tem um ar carregado que nos inspira tudo menos bondade e confiança. Disso não tem o Senhor culpa, cada um é como é.

Considero que a sua actuação, apesar de breve, não tem cativado por aí além e as recentes notícias de que omitiu situações de pedofilia também não abonam em seu favor.

Seja como for, contrariamente ao costume, a sua visita no próximo mês de Maio não me tem interessado particularmente e considero desajustados os custos divulgados na sua recepção. Ao fim e ao cabo, como o sócio JP referia ontem, somos muito pobres para umas coisas, mas demasiadamente ricos para outras.

Julgo que em 1982, fui a Vila Viçosa acenar com uma bandeirinha triangular amarela, ao visitante João Paulo II.

Em 2010 não vou nem até à esquina para ver Bento XVI.

Mudou a minha convicção religiosa? A minha forma de ver a Igreja? Ou mudou a própria Igreja?

São Mais Dualidades!!!
NP

5 comentários:

Anónimo disse...

Essa é que é.. essa!!!

O outro tinha mais carisma.
Dificilmente um sucessos imediato seria reconhecido da mesma maneira.

Dos custos, sempre fomos assim. Gasta-se pa mostrar.. o k não se tem!

Nunca fui ver o Papa João Paulo II. Desde piquena que não gosto de ajuntamentos. Agora tb não vou ver este.
De facto há factos que pesam contra ele. O aspecto também não é o mais cativante.. mas daí a ter deixado de ter fé, vai 1 grande passo.
Se pensarmos que o k acreditamos é no sentido e na palavra transmitida, o resto é "composição" feita pelo homem.
Composição essa que já vem de longe e cujos lobys não se destroem para aí assim.
Mas a minha fé é a mesma. Não posso por a minha fé em questão, por atitudes más de homem da igreja, que deveriam dar o exemplo, teem.
Também são humanos. Também erram. Também são "monstros".
A fé é acreditar no bem, pratica-lo e sentir-se bem em faze-lo.
Por isso faço a minha conta e prontossss!!

Jinhos,
MS

Mimi disse...

Deve vir beatificar o Sócrates :o))

Brincadeirinhas à parte, não tenciono de todo ir vê-lo e abomino a instituição que representa.

Anónimo disse...

É uma vergonha num país falido como este em que vivemos,consentir milhões de euros de prejuizo por motivo de tolerancias de ponto dadas pelo governo por motivo da visita do papa,que depois nos vem cobrar com juros as despesas injustificadas que vai fazendo para mais tarde nos pagarmos,é uma vergonha.

JPS disse...

A frase não é minha, mas subscrevo:
"Só mesmo uma humanidade rastejante pode ainda levar a sério e respeitar esta escumalha do incenso..."

Dr. Estranho Amor disse...

Na década de 1960, cada vez que os Rolling Stones chegavam a uma cidade inglesa, era usual, meio a brincar - meio a sério, comentar: "Mães, tranquem as vossas filhas em casa. Os RS estão na cidade!"

Pois bem, 50 anos depois eis que suas Satânicas Majestades, com outras roupagens, chegam a Portugal. E os conselhos mantêm-se: “Mães, tranquem os vossos filhos em casa!”