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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Comércio. Elvas vs Badajoz

Ultimamente, mais do que nunca, muito se tem falado da crise e do aumento das dificuldades em "viver" e com a chegada da época de Natal essa questão volta a estar (ainda mais) na ordem do dia.
Acrescido a esta situação mais ou menos geral a todo o país, nas zonas fronteiriças, como Elvas, colocam-se ainda outros problemas adicionais.
Quem dá uma volta pelos blogues elvenses e lê os textos e opiniões que por lá são publicados e os comentários que vão surgindo aos mesmos percebe que esta situação está mesmo na ordem do dia. E outra coisa não seria de esperar.

Tudo o que de negativo tem surgido nos últimos meses e anos na vida dos portugueses apenas tem servido para acentuar ainda mais as dificuldades de quem vive "paredes meias" com os vizinhos espanhóis, nomeadamente quem, de alguma forma, tem de competir com a grande oferta que é apresentada do outro lado da fronteira. Aqui falo principalmente de quem, do lado de cá, tem uma porta aberta ao público e faz disso o seu sustento.
Esta situação começou a tomar proporções quando, do lado de lá, deixaram de olhar para nós como aqueles que moram do lado de lá e começaram a olhar para nós como um mercado a conquistar e com euros para gastar.

A minha opinião pessoal sobre esta concorrência não é muito optimista.
Mesmo olhando para esta realidade numa visão simplista, ignorando as questões nacionais, porque afinal de contas vivemos num mercado global, o que temos é uma cidade grande, com muita oferta a todos os níveis, e uma cidade pequena com impossibilidade de concorrer directamente com essa capacidade de oferta. Tendencialmente, as pessoas afluem aos grandes centros onde conseguem encontrar maior oferta e maior possibilidade de escolha. É uma questão comportamental.
Se a isto ainda acrescentarmos as tais questões nacionais e os elementos do "jogo" que lhes estão associados, a situação ainda pende mais para o lado de lá, graças às diferenças fiscais que existem entre os dois lados, o que se reflecte no preço final que é apresentado ao consumidor.
Quem é o elvense que não tem o hábito de ir a Badajoz fazer compras a um dos Carrefour, dar uma volta pelo El Corte Inglés, abastecer o depósito do carro, fazer compras à Calle Menacho ou ir à noite beber uns copos a um dos muitos bares ou discotecas?!
Já lá vão os tempos do espírito nacionalista. Se já compramos toda a porcaria aos chineses, só porque é barato, mais facilmente compramos aos espanhóis.

Tentar competir directamente com o mercado espanhol, usando as mesmas armas, é uma batalha perdida à partida. Desta nem a padeira de Aljubarrota nos salva.
A hipótese que temos de ganhar este duelo, ou pelo menos, empata-lo, passa invariavelmente por oferecer, não em quantidade, mas em qualidade. Conseguir fazer a diferença. Apresentar produtos que sejam de alguma forma diferenciadores no meio do grande volume de oferta e com qualidade superior. Algo que leve quem compra a deslocar-se até lá e a estar disponível a pagar algo mais para ter esse produto diferente e com qualidade superior.
Creio que a restauração elvense pode ser um exemplo disso. Consegue trazer até si clientes, de ambos os lados da fronteira, porque em qualidade ganha aos pontos o que se come do lado de lá.
O desafio está em conseguir que os outros sectores consigam fazer o mesmo. É um grande desafio, é verdade.

A propósito destes temas e relacionado também com o tema do Natal e das compras, como complemento ao texto de hoje, abri 3 sondagens sobre o que gastamos e onde o gastamos nesta época do ano e se estes tempos de crise interferem nos nossos orçamentos. As respostas tentam servir a quem mora aí, mesmo junto da fronteira, e a quem mora por aqui, um pouco mais longe.
Estão aí do vosso lado direito e peço-vos mais 30 segundos do vosso tempo para deixarem as vossas respostas. A malta aqui agradece.

JP

6 comentários:

Notícias curiosas de Elvas disse...

Meus bons 2 amigos:

Chega de hipocrisias. Muito se fala de Comércio Tradicional e o bom blogger diz que faz as compras no Comércio Tradicional.

Em Elvas ninguém dá voz ao cidadão, também munícipe e consumidor.

Consumidor que tem direito a escolher a relação qualidade/preço que acha que lhe convém.

Fazer as compras onde muito bem lhe apetece, Badajoz e chineses incluídos, é um sinal de maturidade e sobretudo liberdade de escolha.

Afinal vivemos em livre concorrência!

Elvascidade disse...

É realmente muito difícil concorrer com o grande mercado aqui ao lado, mas um esforço na classe comercial da nossa cidade também daria uma ajudinha. Faltam ideias novas e incentivos a quem quer comprar.
Já cumpri o meu direito cívico.
:)

Anónimo disse...

Eu comprava lá o que era competitivo em termos de preço.
Ia à gasolina e ao tabaco, fundamentalmente.
Este Sábado fui lá e o tabaco aumentou exorbitantemente, a gasolina ainda está mais bara que cá , mas a diferença vai sendo cada vez menor.
Os espanhois tb tão a tomar medidas para não irem pelo caminho da Grécia e da Irlanda.
Vamos ver...
Hoje em dia nada é um dado adquirido, estanque.
Agora é assim, amanhã veremos..


Jinhos,
MS

portasdolivenza disse...

Muito bom post,parabens ao JP,e tb ao blogue,costumo tratar mais com NP,pelos mts anos de proximidade.

No meu modesto blogue PORTASDOLIVENZA,tenho uma linha de publicação de temas acerca da actividade economica de Elvas,assuntos das empresas,dos eventos ,do turismo, das estrategias para em conjunto defender e projectar a actividade economica do nosso concelho,comento acerca destes temas noutros blogues,porque é importante o "debate" acerca do futuro economico de Elvas,do que vamos viver no futuro, que estrategias devemos accionar,tudo isto num movimento de opinião entre os cidadãos,as associações empresariais, o municipio,enfim, todos somos parte integrante.

Enquanto o cimento deu,todo o resto da actividade economica foi intencionalmente esquecida por parte do municipio,que via no cimento o enriquecimento da camara,esqueceu-se o municipio da palavra SUSTENTABILIDADE,pq as pessoas para comprarem casas precisam de ter empregos,e esta é a base da economia que foi esquecida,tratou mal,muito mal o tema TURISMO,tratou ainda pior a politica empresarial,esquecendo o CAIA/FRONTEIRA, aniquilando o parque empresarial de elvas(veja badajoz),aniquilou o municipio o NINHO DE EMPRESAS em Elvas,entalando o mesmo num local onde não podia crescer,e tirou toda a visibidade à CARROçARIA PATRICK,aniquilou o centro historico, o municipio em vez de dar proteção ao centro historico,permitiu um desmedido aumento dos loteamentos fora de portas,sem compensação de qualquer beneficiação dentro de portas,Elvas em certas zonas do centro historico parece uma cidade atacada á bomba,fantasmagorica!

O maior erro que se cometeu,foi deixar cair a população da cidade para uns miseros 15000habitantes,gastando uma fortuna nas freguesias sem retorno ou qualquer beneficio para elvas cidade,a não ser o beneficio do voto,esta dispersão foi demasiada,e vai ter custos de manutenção enormes no futuro,que os pobres da cidade vão pagar,os luxos das casas de campo das freguesias.

A ausencia de jovens capazes de impulsionar a dinamica empresarial é outro motivo que contribui para a pobreza do concelho,pois têm de procurar outras paragens onde lhes seja proporcionado emprego e condições.

Elvas em 1992,era a terra do interior com maior rendimento per capita,a cidade com maior dinamismo empresarial do alentejo,hoje em final de 2010,somos das terras do alentejo com rendimentos per capita abaixo da media ,PORQUÊ???,o municipio tem a resposta: temos uma "cidade"bonita,com um municipio financeiramente estável,e um povo pobre sem futuro e sem rumo ou estrategia para o futuro.

O municipio devia comportar-se para com todos os municipes como um pai de familia,e por interesses de alguns,portou-se como pai para estes e padrasto para com os restantes,as empresas do regime camarário tem nome e estão bem posicionadas,o resto foi atirado fora,há uma frase dos responsáveis do municipio que é emblemática : "AMIGOS OU INIMIGOS".

Há na especialização uma saida para o comercio e restauração em elvas.A esperança que os mega investimentos no Caia /fronteira espanhol,nos traga gente para a tal ESPECIALIZAÇÃO.............

Anónimo disse...

O comércio de elvas anda a dormir como o resto do pais e á espera de subsidios.

Anónimo disse...

os problemas da cidade aqui é que deveriam de ser retratados...
que tipo de blogues existem em Elvas?