E uma telenovela, não?

Há poucas semanas a TVI estreou mais uma das suas apostas na área da ficção.

Chama-se Remédio Santo, reúne um elenco bem conhecido do público português e a acção decorre na região de Viseu. Os ingredientes são os habituais neste tipo de formatos, garantindo por certo os mais de um milhão e trezentos mil espectadores que diariamente acompanharam a antecessora "Espírito Indomável" ambientada na zona de Coruche.

As audiências falam por si e parece claro que as telenovelas rurais granjeiam melhores resultados que as habituais citadinas. Talvez porque o público que as assiste seja na sua maioria rural, se identifique com as histórias e as personagens e se divirta com as situações caricatas e pitorescas que são recriadas.

Verdade seja dita, os municípios que tem apostado nestas parcerias com a produtora Plural tem logrado divulgar as suas regiões, atraído visitantes e dinamizado as economias locais.

Por isso dei por mim a pensar...porque não aposta a autarquia elvense num projecto desta natureza? Já li em alguma imprensa que muitas vezes os custos suportados pelas Câmaras Municipais dizem apenas respeito a alojamento e alimentação das equipas aquando das filmagens nas suas cidades e vilas. Não faço ideia de quanto pode significar este montante, acredito que seja elevado, mas acho que o retorno é imediato e evidente.

Todos reconhecemos o valor patrimonial de Elvas e o potencial que tem para atrair visitantes...se calhar falta é divulgar mais a cidade. Querem melhor forma do que entrar diariamente pelo pequeno ecrã de milhares de famílias e fazer parte do seu quotidiano?

Conseguem visualizar os fantásticos planos aéreos que as muralhas de Elvas podiam oferecer em prime time? Ou os fortes com a sua arquitectura em estrela? E uma cena romântica daquelas que puxam ao sentimento das senhoras mais sensíveis com o Aqueduto da Amoreira como pano de fundo? E a Praça da República cheia da parafernália de câmaras e cabos e muitas caras conhecidas a deambular por ali?

Não nos podemos também esquecer da dinâmica que uma produção como estas traz a uma cidade ou vila do interior. É facturação acrescida para hotéis, restaurantes e comércio em geral...todos saem a ganhar.

Estou convencido que a nossa vivência alentejana e raiana poderia inspirar os argumentistas a escrever uma história que interessasse aos espectadores portugueses.

Deixo a sugestão à Câmara Municipal de Elvas.

São Mais Dualidades!!!
NP