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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Luta, luta, camarada luta...

“Luta, luta, camarada luta...”

O refrão anda na boca do povo e em constante manifestações de rua, mas acho que também deve ser interiorizado por todos os trabalhadores.

Nas últimas décadas os trabalhadores portugueses tinham vindo a conquistar alguns direitos que lhes dava segurança no trabalho que realizavam e na sua relação com a entidade patronal. Em alturas de crise e com taxas de desemprego e precariedade tão elevados tudo se torna bem mais relativo e, como sempre, quem se lixa é o mexilhão que é como quem diz o elo mais fraco.

O feriado de 1 de Maio, no qual se assinala precisamente o Dia do trabalhador sempre foi usufruído pelo grosso daqueles que assim se consideram, excepção seja feita a certas profissões cuja actividade o impede.

Este ano os senhores do grande capital, os donos da distribuição alimentar resolveram passar por cima da data e decidiram abrir as lojas em nome da crise e da necessidade de se trabalhar mais. Parece-me uma tremenda falta de respeito pela classe trabalhadora que cedeu à vontade patronal, acredito que por receio de represálias.

A verdade é que, apesar da contrariedade desses trabalhadores e do retrocesso que isso constituiu, houve compradores nas lojas porque continuamos a ser um povo extremamente consumista cujo principal passatempo nos fins-de-semana é entrar numa superfície comercial e...comprar!!!!

Alem do que, somos também pouco solidários e pouco unidos, logo, mais fracos aos olhos dos senhores capitalistas. Se todos tivéssemos considerado seriamente a questão, as lojas que os donos insistiram em abrir no dia 1 de Maio não teriam tido compradores, gerando mais custos que receitas o que os faria ponderar em futuras situações já que apenas o lucro parece move-los.

Podíamos perfeitamente ter feito tão importantes compras no sábado ou ate mesmo na sexta-feira, mas não, mais ainda com a desculpa de que se assinalava o Dia da Mãe.

Apesar das dificuldades cada vez mais prementes, das situações profissionais inconstantes e pouco seguras, continuamos a comprar, a ostentar, a passar tempo no shopping a inventar o que comprar.

Acho que nos esquecemos que temos um país muito bonito, diverso, com monumentos para descobrir, maravilhas naturais, gastronomia...

Se queremos mesmo gastar dinheiro, dinamizemos o turismo interno, a restauração, a hotelaria que gera riqueza e cria postos de trabalho em regiões mais desfavorecidas e sem grandes alternativas em lugar de continuarmos a enriquecer grupos económicos que já são tão ricos, muitas vezes a custa de margens pequenas que impingem aos produtores que deles dependem.

São Mais Dualidades…em luta!!!!
NP

1 comentário:

Anónimo disse...

Compreendo a tua opinião, mas não concordo.
Os restaurantes estão abertos, os hoteis estão abertos, etc., porque não as lojas abrirem tb?
No centro da cidade de Elvas, há lojas que tb estão abertas independentemente de ser feriado ou não.
Acho que um dos nossos problemas é quer ter tds os direitos e poucas obrigações.
As grandes superfícies podem pagar pouco a quem os fornece, mas pagam e é uma receita que essas empresas têm e com a qual podem contar e assim continuar a mantar postos de trabalho.
Acho que a coisa não está para feriados, pontes e tolerâncias de ponto.
Apesar dos apesares, temos um baixo indice de produtividade.

Jinhos,
MS