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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Novas medidas de austeridade...ainda há margem para elas???

Forma anunciadas em cima das oito da noite com direito a abertura de todos os telejornais. É interessante sermos lixados em prime-time, dá seriedade a coisa porque a malta não está para brincadeiras.

José Sócrates assumiu o comando das operações, num tom bem menos irónico e arrogante que o costume. Pudera, isto de meter a mão aos bolsos dos outros também requer jeitinho não vá um ou dois passar-se da cabeça e a coisa dá para o torto. Mesmo assim acredito que a mãe do senhor deve ter sido alvo das palavras menos simpáticas por parte da grande maioria dos portugueses. Não resolve o problema, mas lava a alma.

A pouco e pouco foi enumerando um conjunto de medidas que deixam mais fragilizada ainda a situação financeira das famílias portuguesas, se é que isso é possível.

Penalizações e mais penalizações, aumento da carga fiscal, incremento de dois pontos percentuais no IVA assumindo a taxa o valor de 23%. Para terem mais ou menos a noção, somem todos os gastos do mês, luz, água, gás, gasolina, alimentação, roupas, calçado e multipliquem por 2%...esse será o valor que terão que despender a mais para continuarem a comprar tudo o que compravam e que consideram indispensável. Isto se algum comerciante espertalhão não aproveitar para, tomando o IVA como desculpa, ainda aproveita para arredondar algum preçozito.

Os funcionários públicos com vencimentos superiores a 1.500 €uros também tem sérias razões para se queixar. Vão ver os seus vencimentos reduzidos entre 3,5% a 10%, segundo palavras de Teixeira dos Santos a quem Sócrates passou a palavra para escalpelizar algumas das medidas. Confesso que não me preocupa a classe política, nem os gestores das empresas públicas, mas aflige-me pensar que os professores e outras classes similares também serão penalizados. Costuma dizer-se que as pessoas "se esticam" à medida das suas possibilidades e que, "quanto mais se ganha, mais se gasta", com esta medida, muitas serão as pessoas que terão que fazer cortes uma vez que se vêem privadas de uma parte do seu salário.

Acho que é a isto que o Senhor Primeiro Ministro chama corte na despesa... Poderá ter resultados imediatos mas parece-me que compromete seriamente o crescimento da economia. Com a perda de poder de compra de milhares de funcionários públicos a economia tenderá a estagnar originando mais despedimentos e diminuição do PIB...

As reformas serão congeladas, bem como as progressões na carreira dos funcionários públicos. Com estas medidas este pessoal lixa a vida de muito boa gente e faz apertar o cinto quem já não tem largura de cintura para o fazer mais.

Confesso-me revoltado! E apesar de não me identificar com a cor politica de Paulo Portas tenho que concordar quando ele questiona o Governo se não haveria outras formas de cortar na despesa. Não haverá despesismo do Estado onde actuar? Não precisará a casa de ser arrumada? Não haverá fundações públicas e instituições desnecessária que possam deixar de ser parasitas da sociedade?

Apetece fugir deste país, para bem longe e não voltar a pôr cá os pés.
Enquanto não arranjo coragem para isso, vou até Sevilha ver os U2 e ainda bem que comprei o bilhete há um ano atrás, porque se fosse agora, não havia fundos para tão avultado investimento.

Ai Portugal, Portugal...

São Mais Dualidades!!!
NP

P.S. Também vou jogar no Euromilhões, era a única forma da coisa ir ao eixo.

3 comentários:

Elvascidade disse...

Também me apetece fugir. . . mas para onde?!?!

Anónimo disse...

De facto, pede para o povo apertar o cinto, mas por exemplo os custos com as frotas públicas, só vão sofrer 1 corte de 20%...
Do novo aeroporto e da nova ponte, ainda não ficou claro se se congela até 2011, ou se tá posto de lado este capricho.
É que 2011 está a 3 meses de distência...

O Governo é uma merda, mas não nos podemos esquecer que fomos às urnas à pouco tempo e quem lá está, está porque os elegeram...
Volto a lamentar que quem não votou nesta corja tenha que levar por tabela...
E viva a democracia!!!!

Jinhos,
MS

Anónimo disse...

"Corja" é o anónimo que escreve com MS. O Governo devia era criar um imposto para taxar imbecis como tu. O défice acabava num instante.