De forma pouco surpreendente, digo eu, dados estatísticos que foram divulgados e relacionados com as tiragens dos jornais portugueses mostram que estes estão a perder audiência em papel, mas cada vez são mais consultados na Internet.No final do Agosto passado, a Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação (APCT) revelou que no primeiro semestre de 2010 se venderam menos cerca de oito milhões de jornais diários do que no mesmo período de 2009.
Os diários portugueses de informação generalista registaram as maiores quedas, perdendo no total cerca de 30 mil clientes por dia, uma diminuição de nove por cento face ao primeiro semestre do ano passado.
De entre estes, destacam-se o Diário de Notícias, com menos 19,5%, o Público, com menos 15,8% e o Jornal de Notícias com menos 11,8%. Estes foram os diários generalistas que tiveram maiores quebras nos primeiros seis meses de 2010. Do outro lado das contas e a querer contrariar estes números temo o Correio da Manhã, que subiu 6,6%. Uma excepção no meio de toda esta realidade negativa.
No mundo virtual da internet, a tendência tem sido precisamente a inversa, com subidas constantes dos números de visitas a sites de notícias e de páginas visitadas em cada site.
Comparando os valores dos meses de Agosto de 2009 e de 2010 das entidades responsáveis por fazer e controlar as visitas virtuais aos jornais, verifica-se que todos os sites de jornais diários tiveram subidas no número de visitas.
Dentro do mundo virtual, regista-se o facto de serem os diários desportivos os mais consultados na Internet, com a liderança a pertencer a A Bola, que cresceu 55 por cento no número de visitas entre os meses de Agosto de 2009 e Agosto de 2010.
Nos diários generalistas, o Público é aquele que lidera o número de visitas, com uma subida de 19% e o Correio da Manhã, que em número de páginas visitadas cresceu uns surpreendentes 56%.
Como dizia no início, creio que estes números e estas tendências não surpreenderão quase ninguém. Como em quase tudo, também aqui a internet ganha cada vez mais o seu espaço e convence mais e mais adeptos.
Outra razão que certamente não pode ser descartada na análise e justificação destas tendências é a componente económica. A tal conjuntura económica tendencialmente a piorar tem obrigado as pessoas a cortarem em muitas coisas que não sejam consideradas bens de primeira necessidade e certamente a compra diária do jornal é uma delas.
Cada vez mais portugueses têm internet em casa e no trabalho e a leitura dos jornais passa a ser feita por aí, como forma de poupar uns bons trocos.
Toda esta realidade coloca um grande desafio aos Jornais, que é arranjarem formas de compensar esta perda de leitores e consequentemente de facturação.
Poderá chegar a altura em que se perceba que já não há mercado para todos.
JP
2 comentários:
Parece-me que Elvas confirma a tendência, pois quando os acontecimentos chegam ao jornal físico, já anteriormente foram publicados e editados na net.
E com um portátil ou telemóvel até já se podem ler as notícias durante os alívios dos apertos, nessa circunstância é que ainda não dispensamos o papel!!
Infelizmente a conjuntura actual assim o obriga.
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