Feira de São Mateus 2010

Já está disponível no site da Câmara Municipal de Elvas e certamente à venda nos locais habituais.

Refiro-me ao programa do São Mateus 2010. Um ano mais as festas da cidade estão à porta.

Como dizia ontem o conterrâneo Cidad’Elvas, o mês de Setembro perspectiva-se movimentado por estas paragens com diversos acontecimentos que trarão a Elvas centenas e centenas de pessoas : a anunciada Cimeira Ibérica, a exposição da colecção Berardo no Museu de Arte Contemporânea, a meia maratona Badajoz-Elvas, o encontro de coleccionadores de pacotes de açúcar Portsugar, o passeio equestre...etc, etc.

No entanto, se falarmos concretamente da Feira de São Mateus, é com bastante desânimo que verifico que continua tudo na mesma e que nem a Expo São Mateus constitui um aliciante ou chamariz ao evento.

Apesar de estarmos em fase de vacas magras e de concordar que deve aplicar-se melhor o dinheiro público, nomes como Roberto Leal, Marco Paulo, Broa de Mel ou António Pinto Basto não trazem nada de novo. Aliás, como dizia o meu amigo PF, há artistas que parecem ter lugar cativo no nosso São Mateus.

O cartaz continua a ser pensando para a população mais velha do concelho, e apesar de todos sabermos que são em maior número, não me parece correcto que não haja nem uma única noite dedicada aos mais novos...não merecerão? Não seria uma boa forma de atrair a juventude dos concelhos vizinhos?

Concordo que os jovens têm a sua semana no final de Maio, onde há a preocupação de ir de encontro aos seus gostos e de trazer a Elvas os nomes sonantes da música, mas não deverão ser também lembrados nas festas da cidade? Ao fim e ao cabo serão eles os continuadores destas tradições e convêm que se sintam envolvidos.

A mística do São Mateus continua viva. De uma forma ou outra todos nos sentimos atraídos para o parque da Piedade nestes dias, como ponto de encontro para onde confluem "todos os elvenses deste mundo". Contudo, as gerações têm-se renovado e os rituais que outrora eram repetidos pelos nossos pais e avós não se adequam aos que actualmente nos movem. O sobe e desce no parque da Piedade, o sujar dos sapatos de pó,o cumprimentar familiares e amigos que não se vêem com tanta frequência, o fogo de artificio, a iluminação do recinto...tudo terá de ser adaptado para formas mais confortáveis e actuais, que consigam atrair os mais novos, mantendo o reencontro dos elvenses enquanto essência da festa, mas vivida de uma forma bem diferente, mais condizente com os nossos dias.

Infelizmente só pensamos no assunto quando Setembro se aproxima no calendário e mais concretamente quando o dia 20 aparece ao virar da esquina…no entanto, urge dar vida à Feira de São Mateus, mantendo o tradicional mas preparando-a para os desafios do novo século, ou corremos o risco de a ir perdendo...

São Mais Dualidades!!!
NP