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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A confusão está lançada

A confusão está lançada.
Depois das manifestações da Geração à rasca, das manifestações dos trabalhadores organizadas pelos Sindicatos, neste fim-de-semana tivemos mais uma leva de manifestações espalhadas por cidades de todo o país e de todo o mundo. Desta vez, sob o nome de manifestação dos indignados.
Só em Lisboa, embora sejam números não oficiais, diz-se que a manifestação reuniu mais de 100 mil pessoas. E como todos pudemos ver in loco ou através da Televisão, desta vez, houve alguns desentendimentos entre manifestantes e forças de segurança, em frente à Assembleia da República.

Esta terá sido a maior novidade em relação a todas as outras manifestações que já têm ocorrido. Desta vez registaram-se alguns incidentes. Não muito graves, pelo que pude ver. Mas ocorreram.
Creio que não será um erro da minha parte associar este aumento da exaltação dos manifestantes com o aumento da gravidade da situação que se vai vivendo em Portugal.
Os portugueses, por norma e por definição um povo pacato e de brandos costumes, podem estar à beira de perder a calma.
Todas as medidas de austeridade que se têm vindo a conhecer e que vão piorar a vida de todos nós têm vindo a provocar esse efeito.
Aquelas que haviam sido comunicadas no dia anterior, em directo em todos Telejornais, pelo Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, ainda estavam bem frescas na cabeça de todos e certamente ajudaram a aumentar esse clima de agitação.

A questão pode estar a aproximar-se daquilo que Pedro Passos Coelho, há umas semanas atrás, falava e mostrava ter algum receio. Os tais distúrbios sociais nas nossas cidades. Essas palavras surgiram na altura em que as Televisões mostravam os distúrbios nas ruas de Inglaterra e o nosso Primeiro-Ministro dizia que não ia tolerar tais comportamentos.
Não acredito que por cá se chegue a tanto, pelo tal padrão português de um povo de brandos costumes, mas não me custa a acreditar que com o passar do tempo, quando todas estas medidas passarem da teoria à prática e muita gente vir a sua vida chegar a pontos de não conseguir viver ou sobreviver, podem acontecer coisas às quais por cá não estamos habituados. As pessoas de cabeça perdida são capazes de fazer coisas que nunca imaginaram.

JP

1 comentário:

Elvascidade disse...

Esperava até que tudo se tivesse passado já de outra maneira. Somos de facto um povo de brandos costumes mas quem não se sente não é filho de boa gente. O povo tem que vir para a rua e mostrar o descontentamento!