Na passada 3ªfeira, foi inaugurada com pompa e circunstância, a terceira loja IKEA em Portugal, situado em Loures e a maior do grupo sueco na Península ibérica, dando força ao espírito de centralização de investimentos públicos e privados.
Prevê a criação de 350 postos de trabalho que chegarão aos 500.
Até 2015, o referido grupo prevê investir em Portugal até 1,1 mil milhões de euros através da abertura de novas lojas, cuja localização parece mais ou menos definida. Às lojas de Alfragide, Matosinhos e Loures somar-se-ão Gaia e Loulé e outras duas em locais a definir. Está também prevista a criação de um novo centro comercial em Matosinhos, junto ao MAR.
Saúda-se a escolha de Loulé para a abertura de uma das lojas, dotando o Algarve de mais aliciantes, atraindo muito possivelmente visitantes da vizinha região da Andaluzia espanhola e criando, claramente, postos de trabalho.
Lamenta-se que, mais uma vez o Alentejo ou as Beiras não sejam cobiçados pelos privados, acentuando a consciência de que não somos interessantes para investir, que não temos massa crítica que justifique a rentabilidade de um investimento desta envergadura.
Numa altura em que se discutem os investimentos públicos e a sua realização ou não, gostava de recordar que, nós também contribuímos activamente para o pagamento da crise, sem que nos tenham consultado para o facto, tal como ao resto dos portugueses.
Mais uma vez destaco a teoria de que, num país tão pequeno há mesmo assimetrias que me parecem muito graves e que, pelo andar da carruagem, não vejo forma de serem atenuadas.
Os investimentos públicos continuam a concentrar-se e a favorecer a zona litoral, com particular incidência para a capital e zona metropolitana. A falta de oportunidades atrai as populações do interior para os grandes centros, despovoando a província que, cada vez tem menos representatividade nos centros de decisão, ou seja, não somos atractivos para os privados que pretendem investir.
Volto a questionar, como outras vezes, qual o caminho para quem insiste heroicamente em continuar na província?
Talvez por isso sou apologista que o projecto do TGV siga em frente, apesar de ser consciente do esforço que representa para as contas públicas. E deixo bem claro que não é a linha de passageiros que me importa, não tenciono viajar amiúde para Lisboa ou Madrid de TGV... Interessa-me fundamentalmente a linha de mercadorias que, liga ao Porto de Sines, pode transformar Elvas numa Plataforma logística de referência, acarretando investimentos privados, criando postos de trabalho e salvando-nos da ruína.
Lamento se esse investimento tiver que ser pago pelos portugueses em geral, mas nós também temos contribuído de forma generosa para financiar maternidades, apesar dos nossos filhos terem de ir nascer a Badajoz, e para garantir a manutenção de cuidados de saúde, apesar dos nossos utentes terem de fazer centenas de quilómetros para lhe ser garantida uma consulta, um tratamento oncológico, etc...
Lamento se Portugal tiver que pagar um TGV, mas é com regozijo que saúdo a sua chegada desde que traga para Elvas e para a região, trabalho, melhores condições de vida e oportunidades para todos.
São Mais Dualidades!!!
NP
EU HOJE SOU...
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Boa tarde amigos. Acabo de regressar do Algarve. Espero que estejam todos
bem. Eu continuo com o problema dos olhos e ainda há espera da consulta no
hos...
Há 2 meses
4 comentários:
Boa, é a sim mesmo que se fala.
Viva a linha de mercadorias, e a plataforma.
Vamos ver é para quando pois para o Alentejo e Interior do Pais, as coisas são a ferro e fogo ou a conta gotas.
Somos apenas e só paisagem.
A IKEA é uma empresa privada, investindo portanto onde quiser.
Lamentavelmente Portalegre e Évora, beneficiam desde 1835 de serem capitais de distrito em detrimento de Elvas.
O que fazer então?
O que Rondão Almeida teimosamente insiste em não fazer, que é a implementação da infra-estruturação do Caia (só esgotos necessitariam da construção de nova estação de raíz) e privatização da inútil Herdade da Comenda, junto às futuras estações ferroviárias.
Porquê?
Para que Elvas possa beneficiar do consumo espanhol, nem que tenha que começar por ser um dormitório de Badajoz.
Elvas não pode contar com Lisboa como
sempre contaram Portalegre e Évora.
Desculpe-me a analogia, mas Elvas precisa tanto de Espanha omo o Algarve do Mar. É a nossa vantagem, tão simplesmente geográfica.
Um dia nascerá o Pólo Urbano do Caia, Rondão apenas tenta que aborte!
A verdade é que estamos falidos.
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