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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Alentejo

Chamem-me bairrista se quiserem, mas ser alentejano é uma forma muito própria de estar na vida.
Somos uma região única e com imenso potencial, apesar de nem sempre bem tratada pelos sucessivos governos de Lisboa.

As imensas paisagens alentejanas, que se perdem até onde conseguimos alcançar, são de uma beleza muito própria, única, interrompidas por brancas e características aldeias de casas baixas e irregulares, vilas hospitaleiras e solarengas e cidades monumentais com ricos passados históricos, cheias de história mas também de estórias para contar.

O montado, com as suas oliveiras e sobreiros, ditam uma herança agrícola que ainda se mantém viva e emprega muitos por esses concelhos fora.

Muito quente no verão e frio no Inverno, o Alentejo enfrenta o flagelo da falta de água que às vezes se arrasta por anos consecutivos. Felizmente este ano não é o caso. As chuvas contínuas têm garantido caudais suficientes para o abastecimento às populações e também para a actividade agrícola. No Baixo Alentejo a situação parece atenuada com a construção da Barragem do Alqueva, já considerado o maior lago artificial da Europa e com um enorme potencial turístico que traz promessas de futuro para a região.

No Alentejo o tempo parece passar mais devagar, sem qualquer alusão às anedotas que nos associam, apenas existe mais qualidade de vida, mais proximidade entre as pessoas e valoriza-se mais os pequenos detalhes. Arrisco dizer que se vive mais e melhor, apesar das carências estruturais a todos os níveis.

No Alentejo está presente uma vivência de vizinhança e entreajuda. As pessoas cumprimentam-se quando se cruzam quer seja na rua, no supermercado, na pastelaria...costuma dizer-se "o meio é pequeno, todos se conhecem". Sabem-se as histórias de vida, conhece-se a família, criam-se as alcunhas.
Talvez seja negativo o diz-que-disse que muitas vezes se origina, os rumores, os falatórios, mas como em tudo na vida "não há bela sem senão".

As tradições mantém-se vivas, e apesar de cada vez menos populosa, a região continua a atrair os filhos pródigos nas alturas de festa, saudosos do seu canto. Apesar de rumarem ao litoral, e em grande número à dita Grande Lisboa, à procura de oportunidades e de melhores condições de vida, é vê-los de volta assim que chega o Natal, a Páscoa, em alguma ponte mais simbólica ou pura e simplesmente nas festas locais.
É impossível faltar.

Caracteriza-nos a forma de ser, delata-nos a pronúncia mais ou menos acentuada, mas todos reconhecem, regra geral, a simpatia e a generosidade dos alentejanos. As planícies moldam-nos a personalidade.

Sem falar da gastronomia! Têm que concordar que a pobre cozinha de outrora é hoje manjar reconhecido por todos!

E perguntam vocês, a que se deve hoje esta reflexão sobre a vivência alentejana? Muito fácil : o novo anúncio do Pingo Doce.
Ainda não viram? Seguindo a campanha de marketing iniciada o ano passado, desta feita aquela cadeia de supermercados, apresenta o seu mais novo produto: pão com azeitonas e azeite. A envolvência do dito spot remete-nos para o Alentejo e no final, um grupo de alentejanos devidamente "encapotados", canta o refrão da conhecida música e convida os consumidores a dirigir-se ao Pingo Doce.
Único! "Pingo Docí, venha cá!".
E como não há uma sem duas, o que me dizem também do novo spot da Compal? Hilariante!
Compal de Ameixa magistralmente defendido por uma alentejana de raça. Estamos a dominar a publicidade nacional. :-)

Orgulho-me muito de ser alentejano! Mais que uma condição é uma forma de ser e de estar! Não concordam?

São Mais Dualidades!!!
NP

4 comentários:

Mimi disse...

"mas ser alentejano é uma forma muito própria de estar na vida."
:o)))))))))))))) Esta teve a sua piada!

Quanto ao pãozinho do Pingo Doce, espero prova-lo mt em breve!
Não deve ser nada mau, não senhor!
Quem sabe um dia, eles não se lembram de lançar pãozinho com coentros!

Beijinhos,

Dualidades JP disse...

É assim mesmo. Uma vez alentejano, alentejano para sempre.
E se for da nossa casta melhor ainda. :o)))

Scottish disse...

Belo post Friend!
Além de também sentir orgulho em ser Alentejano, acrescento que é um privilégio único.
Grande Abraço

Tiagos Noddy Abreus disse...

batemos o record de RSI somos os maiores na Rondonia