Oito e Oitenta (#88)

Oito: uma notícia que merece realmente

Para Oito de hoje tinha várias hipóteses. O que não deixa de ser mau.
Podia pegar no tema de ontem do NP, no já baptizado de "Caso Mário Crespo", sobre mais um eventual caso de tentativa de "saneamento jornalístico" por parte do Governo, na continuação do "vamos correr com todos os que dizem mal de nós".

Também podia pegar na fantochada desta semana sobre os valores do défice. Em poucas horas, surge, por um lado, o Governador do Banco de Portugal a dizer que está muito surpreendido com os valores do défice. Da mesma forma, o Ministro das Finanças dá entrevistas em que igualmente se mostra surpreendido com os valores elevados que o défice atingiu e, por outra lado, surge o nosso Primeiro-Ministro a dizer-nos que o défice deste ano foi alto mas foi de forma intencional e controlada pelo Governo, para o bem de todos nós.

Podia ter escolhido qualquer um destes casos, mas escolhi um Oito que realmente merece alguma atenção. Morreu ontem Rosa Lobato Faria. Estava há vários dias internada num hospital e acabou por falecer ontem, com 77 anos de idade.
Uma senhora que nos habituámos a ver na primeiras novelas nacionais, cujas músicas marcavam quase sempre presença nos Festivais da Canção e que era uma escritora cá do nosso burgo.
Uma morte que me vai deixar alguma saudade.


Oitenta: uns quantos milhões de portugueses

Pelos dois "não-Oito" que referi no início do Oito de hoje, que nos dão um cheirinho dos jogos de bastidores que se movimentam às escondidas de todos nós, que mostram o descontrolo a que estamos a chegar e as tentativas de esconder o que vai sendo evidente para todos, apetece-me atribuir o Oitenta de hoje a todos nós, que estamos entregues à bicharada.


JP