Antes de saires de casa presta atenção

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O palhaço e as palhaçadas

Toda a gente sabe que o rei da Madeira é um palhaço. Ao longo de muitos anos, décadas, mesmo, tenho-me habituado a esperar o inesperado do senhor.
Quando penso que já vi de tudo, o circo apresenta um número que consegue superar tudo o que tinha visto até aí. Mesmo ao fim dessa largas décadas ainda consegue causar surpresa no público que assiste.

Na semana passada foi mais uma. Daquelas que fico na dúvida se chore ou se ria.
Na "rentrée" politica do PSD Madeira, que é como quem diz, de Alberto João Jardim, o rei fez mais um dos seus discursos inflamados, contra tudo e contra todos, mas principalmente contra o dito "continente". Nada de mais. Mais do mesmo.
Este seria mais um discurso para a história dos discursos sem história não fosse a parte em que Alberto João Jardim toca na divida pública da Madeira.

Já há umas semanas atrás, quando cá estiveram pela última vez os elementos da Troika, que representam aqueles que nos estão a emprestar dinheiro para conseguirmos viver, após a avaliação que fizeram do nosso cumprimento do plano de austeridade, constataram e frisaram várias vezes que uma das coisas que estava bastante mal era a dívida pública da Madeira, que apresentava uma derrapagem de cerca de 277 milhões de euros. Atenção que estes 277 milhões são apenas o valor da derrapagem, não o valor total da dívida, que é largamente superior.
Numa coisa tenho de tirar o chapéu a Alberto João Jardim. Não negou que a Madeira está enfiada nesse enorme buraco de dívidas e admite que está com grandes problemas de liquidez para pagar essas dívidas. Já deve ter os credores a baterem-lhe à porta.

A parte do espectáculo circense que me conseguiu ainda surpreender veio de seguida, quando ele diz que esse buracão no endividamento foi para proteger o povo madeirense e, a parte da maior surpresa, para combater o anterior governo socialista, que entre outras coisas limitou a autonomia da região e a capacidade dele, Alberto João Jardim, resolver os problemas. Provavelmente estaria a referir-se à possibilidade de se endividar ainda mais para pagar dívidas.
Por estas razões e por outras de igual credibilidade, Alberto João Jardim entende que está à vontade para endividar a região cada vez mais.
A cereja no cimo do bolo foi depois, quando Alberto João Jardim disse que agora que o governo socialista se foi embora, conta com o governo do PSD para o ajudar a resolver o problema do buracão que ele cavou e caso isso não aconteça, ameaça começar a "estrebuchar".
Então onde está aqui a necessidade tão grande de autonomia que ele quer? Agora precisa do "continente" para se desenrascar?
Será que ninguém lhe disse que o dia em que a Madeira for independente não vai estar cá ninguém para lhe pagar as dívidas e nessa altura parte do meu subsídio de Natal não vai ser usado para proteger o povo madeirense dos governos socialistas.

Felizmente, creio que aos poucos os madeirenses vão acordando, abrindo os olhos e vendo o que por lá se passa. O problema é que isso ainda está a acontecer muito devagarinho, o que a juntar à tão grande dependência que existe dos subsídios, empregos e tachos do Governo Regional, isso vai fazer que ainda passem largos anos até o arquipélago conseguir mudar alguma coisa.
Até lá, os "continentais" vamos ter de ir levando com ameaças de independência de um palhaço que é totalmente dependente do Governo da República e de quem lhe pague as dívidas.

JP

2 comentários:

Elvascidade disse...

Vergonhoso, só mesmo neste nosso cantinho.

Anónimo disse...

Só num pais de 3º mundo é que politicos assim estão no poder há 30 anos.