O país está efervescente. Já a minha avó dizia, "em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão."
Cavaco Silva tomou posse na quarta-feira e endureceu o discurso, depois de cinco anos em que fomentou a concórdia com o Governo, salvo alguns arrufos como o Estatuto dos Açores, entre outros. Parece-me que o Presidente reincidente não gostou muito dos ataques pessoais de que foi alvo durante a campanha eleitoral e das histórias que vieram à luz. Vai daí, e como não gosta de "levar desaforos para casa", a sua reentrée foi marcante e deixou o país em suspenso.
Por outro lado, José Sócrates, do qual já não deve haver mais histórias pessoais para revelar, depois das inúmeras que temos tido conhecimento nos últimos anos, percebeu a postura do Presidente e começa a temer o pior. O homem ficou tão receoso com o que ouviu na tomada de posse, que foi alheio ao protocolo e preferiu ser o primeiro a falar com os jornalistas de serviço na Assembleia da República para reiterar o seu interesse em manter bom relacionamento com o Presidente, em nome do país e da necessidade de estabilidade política. Tarde piaste! Agora não há volta a dar.
O caricato e ridículo na política nacional, é a forma como de imediato Paulo Portas e Passos Coelho se prenderam ao chavão "há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos", proferido por Cavaco Silva, tentando tirar partido do impacto que o mesmo pode ter junto dos eleitores. Resta-nos saber se, caso cheguem ao poder, deixaremos alguns dos sacrifícios que actualmente nos penalizam... particularmente acho que não.
E depois, como isto é um conjunto de jogadas que visam o seu próprio interesse e não o do país, ontem o Bloco de Esquerda apresentou a moção de censura à governação Sócrates mas a direita não o apoiou, e tudo fica como dantes no Quartel General de Abrantes, até que a mesma direita arranje uma forma que lhes pareça mais ortodoxa para lograr os seus intentos.
As manobras de diversão continuam, enquanto o país vive as dificuldades no seu quotidiano e se vê sem tempo ou possibilidades de fazer alguma coisa pelo estado da nação que não seja, trabalhar (os que podem gabar-se de ter trabalho), pagar impostos (principalmente os que trabalham por conta de outrem aos quais não são permitidas quaisquer fugas ao fisco) e sobreviver com o cinto cada vez mais apertado.
Para sábado está agendado um manifesto de descontentamento que muitos comentários tem suscitado. Especula-se sobre quem estará por detrás do mesmo, que objectivos serve, qual a sua utilidade…os principais comentadores políticos desvalorizam-no, desclassificam-no…Cavaco Silva incitou subtilmente os jovens a elevarem a sua voz...
Se mal estávamos, pior ficamos desde a passada quarta-feira. A juntar à crise económico-financeiro que nos penaliza tão severamente, temos instaurada uma crise de egos entre Cavaco Silva e José Sócrates que apesar de parecerem muito diferentes tem mais semelhanças do que se pensa...
São Mais Dualidades!!!
NP
EU HOJE SOU...
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Boa tarde amigos. Acabo de regressar do Algarve. Espero que estejam todos
bem. Eu continuo com o problema dos olhos e ainda há espera da consulta no
hos...
Há 2 meses
3 comentários:
Pessoalmente, penso que Cavaco teve um 1º mandato discreto, para não ser acusado de "destabilizar" e ser assim o causador da crise.
Neste momento e com o estado da nação, impõe-se que medidas sejam tomadas!
E, pelo que ouvi do discurso de tomada de posse, não falta muito para o nosso panorama político sofrer uma volta de 180º.
As coisas têm estado a ser preparadas para serem "bem feitas".
O Sócrates que é rancoroso, quiz responder de imediato às criticas do Cavaco, por isso rompeu o protocolo. Quiz-se fazer esperar, e dizer assim a Cavaco, que "pode mais k ele"...
O resto do meu raciocinio, conto-te pessoalmente ;)
Jinhos,
MS
Eu diria mesmo que começou ... o circo!
Não precisas especular mais sobre quem está por trás da manifestação, os organizadores puseram de pé um site e identificam-se:
http://geracaoenrascada.wordpress.com/2011/03/04/convite-a-sociedade-civil/
São quatro e já deram entrevistas a jornais e tudo.
Sobre os objectivos é uma questão de interpretar o que escrevem, eu pessoalmente tenho dificuldade, e sobre a utilidade ainda mais. Mas acho que sim, por mim estejam à vontade.
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