Foi com alguma irritação que ontem vi ser noticiado o ponto de situação do défice, terminado que está o primeiro semestre do ano.Apesar de ainda ser cedo para se perceber o impacto de algumas das medidas de contenção impostas pelo Governo e que tantas dores de cabeça nos têm dado a todos nós, conclui-se que as receitas do Estado até aumentaram findos que estão os primeiros seis meses do ano, no entanto, o défice aumentou porque a despesa também aumentou, e mais do que a receita.
O Paulo Portas sempre teve razão. Não me revejo muito nos seus ideais mas temos que reconhecer que, desde que o Governo apresentou as medidas extraordinárias para redução do deficit, o líder do CDS-PP sempre alegou que, estavam claras e bem apresentadas as formas de aumento das receitas, essencialmente á base de incremento fiscal, mas não havia informação tão precisa quanto à redução da despesa.
O Estado propôs-se gastar menos como? Onde? De que forma?
Como desconhecemos esta resposta também não conseguimos, agora, perceber onde gastou mais do que aquilo que se propunha reduzir...
Enquanto cidadão que paga os seus impostos sobre tudo o que consome e todos os rendimentos que obtém, exijo perceber onde ocorreu esse deslize por parte do Estado. Todos temos esse direito, ao fim e ao cabo, o dinheiro gasto e/ou investido sai dos nossos bolsos.
É alarmante, no mínimo!
Não obstante as receitas do Estado terem aumentado nestes meses, o que nos conduziria a uma redução mais eficaz do deficit, agora vêm dizer-nos que afinal a despesa aumentou em maior escala agravando o défice?!
Acredito que no segundo semestre a situação possa equilibrar-se uma vez que será mais notório o aumento das taxas de IVA e outras que tais, gerando um aumento mais substancial das receitas. Isto se, a despesa corresponder ao que estava perspectivado e não continue a aumentar como até agora.
Lamenta-se esta gestão danosa num país a dois tempos, em que a máquina do Estado continua a realizar despesismos em circunstâncias supérfluas, enquanto que milhares de portugueses fazem imensos sacrifícios para garantir as condições mínimas para si e para os seus familiares.
Ai Portugal, Portugal... Aqui não há quem viva!!!!
São Mais Dualidades!!!
NP
6 comentários:
Um dos factores que certamente estão a contribuir para o aumento da despesa são os juros que agora se começam a pagar de todos os empréstimos e emissões de dívida que o Governo tem vindo a fazer nestes anos. E que continua a fazer.
E a continuar assim, os aumentos de impostos que agora fizeram vão servir apenas para isso, para pagar juros.
De facto o endividamento do Estado para pagar despesas correntes é um absurdo é o mesmo que pagar as contas da mercearia com o cartão visa e só ter dinheiro para pagar uma pequena parte da dívida(saldo) do cartão. Está-se mesmo a ver quw a dívida sobe em bola de neve!
Curiosamente ouvi a alguém que há investimentos do Estado com retorno e um desses investimentos são as barragens hidro-eléctricas...
Mas voltando ao assunto principal, desta vez falam de sub-sector Estado...
Infelizmente a comunicação pouco mais divulga do que mensões a subidas ou descidas. Para se ter bem noção da situação convêm saber os números concretos. E segundo esses o estado recebeu aproximadamente no primeiro semestre 16 mil milhões de euros e gastou 24 mil milhões, gastou mais 8 mil milhões do que tinha, uma vez e meia a receita. Essa diferença foi suportada por mais endividamento, a juntar aos cerca de 500 mil milhões que já deve. A este ritmo em Agosto já gastou todo o dinheiro disponível do ano e os restantes meses serão suportados por empréstimos.
Este género de coisas acontece porque os políticos são completamente irresponsáveis e irresponsabilizados. Gastam mais do que têm enquanto houver quem empreste, e a este ritmo não falta muito para deixar de haver quem o faça. Nesse momento terão que gastar apenas parte do que recebem e usar a restante para pagar os juros e amortizar o que devem.
No entanto para eles não haverá problema pois já encheram os bolsos e vão dizer que a culpa é dos super-hiper-liberais, dos ultra-especuladores, das agências de rating e sabe-se lá mais o quê. Tanto faz que o povão come aquilo tudo como mel e alegremente vai pagando tudo.
Não há volta a dar, a maioria das pessoas é ignorante e pior quer continuar, não aprendem e daqui as umas décadas quando se sair desta crise causada "pelos outros" vão voltar a repetir as mesmas asneiras.
Os políticos que aparecem agora a dizer que tinham razão são mais oportunistas que outra coisa, os que já estiveram no poder fizeram o mesmo e querem lá voltar para repetir, os que ainda não querem para lá ir a aplicar o mesmo. E entretanto enquanto são oposição vão-se entretendo com inutilidades e brincadeiras de palavras.
Para comparação, as reservas de ouro do Banco de Portugal, 382.5 toneladas, valem hoje 11.4 mil milhões de euros. Com o ouro cotado a 1200 USD/onça e 1 USD = 1.29 EUR.
Esse ouro todo só paga 3 meses de despesas do estado. Foram derretidos no primeiro semestre de 2010 o equivalente a 800 toneladas de ouro. Pedidos emprestados o equivalente a 270 toneladas de ouro em 6 meses.
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