Aqui temos mais um caso de extinção de serviços de saúde no nosso país.
Depois de primeira leva de encerramentos de Centros de Saúde e Maternidades bastante falada, onde se inclui a nossa cidade, com o encerramento da Maternidade e encaminhamento das pessoas para Espanha, temos agora o caso de Valença, com o Governo a decidir encerrar as urgências no Cento de Saúde local.
Os habitantes locais tentaram reverter a situação com várias acções de protesto e manifestação mas parece que nada disso foi suficiente nem conseguiu sensibilizar o Ministério da Saúde.
Este parece ser mais um caso em que as populações do interior vêm os seus serviços de saúde reduzidos ou eliminados, tudo em nome da redução de despesas e daquilo a que o Governo insiste em chamar de "melhoria da qualidade do atendimento” e que depois, na prática, se traduz no atafulhamento dos hospitais das grandes cidades, para onde se remetem cada vez mais pessoas.
As alternativas que são colocadas às pessoas de Valença, como de costume nestes casos, implicam deslocações mais ou menos longas a Centros de outras localidades.
Nesta caso de Valença, ao contrário do que aconteceu em Elvas com a maternidade, em que as pessoas começaram a usar Badajoz por indicação do Ministério da Saúde, são as próprias pessoas que dizem que se recusam a percorrer os vários quilómetros até às alternativas portuguesas mais próximas e dizem preferir usar o Centro de Saúde da cidade espanhola que fica o outro lado da fronteira, em mais perto.
E a avaliar pelas declarações de alguns destes utentes, não é a apenas a maior próximidade que os faz atravessar a fronteira. É também o melhor atendimento que encontram do lado espanhol, comparativamente com aquilo que lhes é oferecido do lado português.
O prórpio Presidente da Câmara de Tui, se calhar até contrariamente ao que seria de esperar, diz que os doentes portugueses saõ muito bem-vindos e serão atendidos com a mesma qualidade e atenção que dedicam aos doentes espanhois. Inclusivé se mostra disponível a abrir um novo centro de saúde, caso a procura portuguesa for muito elevada e justificar essa necessidade.
Resta saber se até lá os serviços actuais conseguem dar resposta a este aumento de doentes que se prevê, sem perder qualidade e como irão reagir os utentes espanhois caso isso aconteça. Mas isso é outra história...
A moral desta história é a de que estas situações deviam envergonhar quem manda neste país e toma este tipo de decisões. Se há bens a que qualquer português tem direito, um deles é indiscutivelmente a saúde e situações destas, em que se tenta poupar nesta área e leva a que portugueses precisem de recorrer a paises vizinhos para terem esses serviços básicos, devia fazer sentir vergonha.
Apetece-me dizer que país estranho é este em que as prioridades andam todas invertidas. Em que antes se pensa num TGV, numa ponte ou em mais uma auto-estrada ao lado de uma outra que já existe e tudo isto de faz com o dinheiro que se "poupa" acabando com os tais serviços básicos como saúde ou educação.
Serão Dualidades?!...
JP
EU HOJE SOU...
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Boa tarde amigos. Acabo de regressar do Algarve. Espero que estejam todos
bem. Eu continuo com o problema dos olhos e ainda há espera da consulta no
hos...
Há 2 meses
4 comentários:
Se nós Elvenses quando nos tiraram a maternidade e quase tudo o resto tivessemos colocado as bandeiras de espanha á janela,possivelmente hoje mantinhamos algo daquilo que nos foi tirado,honrados CIDADÃOS DE VALENÇA.
Isto vai de mal a pior.
E mais flagrante é ainda nestas regiões da raia quando os cidadãos são empurrados para os serviços de saúde espanhóis.
Por Elvas vivemos a situação da Maternidade. Enquanto a saúde for gerida com base em números mais cenários como este se nos depararão.
Os responsaveis por isto deviam demitir-se pela vergonha que é.
Quem não se sente, não é filho de boa gente!
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