Ontem foi Dia Internacional dos Monumentos e Sítios

Depois de no ano passado ter aderido ao passeio de balão pelos céus de Elvas que a autarquia local promoveu para assinalar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, este ano também não faltei ao passeio pedestre em torno das muralhas da cidade. Os primos lançaram o repto e não hesitei.

Apesar de a manhã se apresentar temporariamente cinzenta e de alguns aguaceiros pontuais, o passeio foi muito interessante e dou por bem empregue o tempo que roubei ao descanso.

A concentração teve lugar no miradouro junto ao Castelo com panorâmica privilegiada sobre o casario do burgo amuralhado.

Seguidamente, e orientados pelo guia Miguel Antunes, tomamos contacto com alguns pormenores da rica história da cidade, mais concretamente da vertente militar da mesma, através de alguns apontamentos sobre as suas cercas islâmicas e muralhas fernandinas e seiscentistas.

Visitamos alguns pontos de particular interesse, vestígios vivos de milhares de anos de existência da cidade de Elvas, tais como o Arco do Miradeiro, que fez parte da primeira cerca islâmica, a actual igreja da Alcáçova, outrora mesquita, a Porta do Templo junto ao Arco do Tempre, culminando numa nova subida à Torre Fernandina.

A chuva soube dosear a sua queda, permitindo-nos percorrer, secos, os trajectos que intermediaram cada um destes pontos de interesse.

Passamos ainda pelo Arco de Nossa Senhora da Encarnação enquanto prova viva da segunda cerca islâmica e terminamos no actual Museu Militar a funcionar nas outrora instalações do Regimento de Infantaria 8.

Pela mão do seu Sub-Director ouvimos mais alguns interessantes episódios da história da cidade, conhecemos in-loco os detalhes de alguns dos baluartes da muralha seiscentistas e, após atenta observação do casario, descobrimos pormenores das anteriores cercas que, confesso, nunca tinha percebido.

O património elvense é efectivamente muito rico, mas para quem diariamente o percorre acaba por passar desapercebido não se lhe dando muitas vezes o devido valor. Quem vem de fora reconhece mais facilmente o seu valor.

Felicito a Câmara Municipal pela aposta no património e pela sua valorização, não só ao nível da recuperação do mesmo mas também do estudo e divulgação da nossa história.

Somos um museu aberto, cheio de pormenores e recantos que merecem ser destacados e contados, com suficiente interesse para cativar turismo de qualidade, assim tenhamos dinâmica e iniciativa para os atrair.

Com ou sem classificação da Unesco, Elvas é a maior fortificação abaluartada terrestre!!!!

São Mais Dualidades!!!
NP