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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Comércio tradicional


Se há tema que é muito falado e debatido na blogosfera elvense e também na própria cidade e concelho reais, é a questão do comércio elvense. Ou será que poderei dizer, o que vai restando dele?!...

Será que os nossos comerciantes se estão, devem ou podem modernizar, será que estão ou não a seguir as estratégias correctas, será que estão organizados e devem "atacar" o mercado unidos e de forma corporativa, será que estão a ser bem aconselhados pelos orgãos corporativos que os representam?
Todas estas e muitas outras são questões mais ou menos pertinentes que todos se colocam e sobre as quais todos têm opinião, nem sem unanimes e que muitas vezes dão origem a discussão.
Uma coisa é certa e creio que inquestionável. O nosso comércio local, principalmente no centro histórico, há muito que passou os seus anos aúreos, em que bastava abrir uma porta, colocar um dos bens mais procurados pelos "nuestros vecinos" à venda e esperar pelos fins-de-semana em que as ruas do centro se tornavam quase intransitáveis tal era a quantidade de espanhois que por lá andavam, ávidos de comprar e lá deixar as suas pesetas. Era dinheiro em caixa.

Creio que é mesmo inquestionável que o comércio do nosso centro histórico, salvo raras excepções, não atravessa tempos nada bons. Muitas vão sendo as lojas que aos poucos vão fechando portas. E esperemos pelos próximos tempos, quando toda esta crise passar da teoria real para a realidade incontornável.
Todos acreditamos que é necessário fazer algo para evitar esta tendência. Cada um com as suas opiniões.

Também não sou eu que agora vou dar a solução mágica para resolver a crise. Longe disso. Não tenho esse dom.
Vou apenas contar uma pequena história. Desde há alguns meses que a minha vida profissional me tem levado algumas vezes até à capital do Baixo Alentejo, Beja, e feito lidar com elementos da Câmara Municipal.
Pelas conversas que vou tendo por lá, já deu para perceber que muitos dos problemas que Elvas atravessa também lá estão reflectidos. Incluindo os do comércio tradicional.
Dito de uma forma muito genérica, a coisa podia resumir-se a "cada vez mais lojas a fechar e as únicas que ainda se vão aguentando, por enquanto, são as dos chineses".

No entanto, e indo buscar o início da minha conversa, da última vez que estive na Câmara Municipal de Beja uns pequenos panfletos na entrada chamaram-me a atenção.
Tentando aproveitar esta época de Natal em que as pessoas têm sempre de gastar algum dinheiro, algumas dezenas de lojas do comércio local de Beja juntaram-se, criaram uma imagem e criaram uma oferta promocional que vigora desde meados de Novembro e prolonga-se até ao fim do ano. Na prática, as lojas aderentes a esta iniciativa oferecem aos seus clientes descontos de 20% durante o período da campanha.

Esta ideia vale o que vale e não sei dizer se estará a ter os frutos pretendidos. Mas a moral da minha história passa por dizer que haver ideias já é um bom princípio para algo. Ficar parado à espera que o futuro se resolva por si só não é certamente a solução para nada.
Eu sou dos que acredita que este tipo de situações só se conseguem, nem digo resolver, vou mais pelo minorar, se houver união e acções corporativas entre todos os da classe. Não pode ser a inicitiva de alguém isolado que resolve as coisas.
Apenas para dizer que achei interessante esta iniciativa dos comerciantes de Beja.

JP

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Estamos abertos Domingos à tarde

Depois de muitas ameaças, a situação concretizou-se: o Governo aprovou a abertura dos Super e Hipermercados ao Domingo, até à meia-noite.
Ou melhor, aprovou de forma encoberta. Disse que sim, mas que a última palavra ficará a cargo das Câmaras Municipais dos concelhos onde essas grandes superfícies estão instaladas. Ou seja, o Governo, por defeito autoriza a abertura mas as Câmaras têm a possibilidade de reduzir esse horário, se o pretenderem.

A dúvida que me fica é: será que alguma Câmara "pretende" reduzir o horário funcionamento das suas grandes superfícies, ao Domingo?! Parece-me difícil.
A forma encontrada foi uma forma simpática de dizer "Por nós tudo bem, podem abrir o Domingo todo. Se não puderem é porque a Câmara Municipal não deixa". E é aqui que eu não acredito que nenhuma (ou muito poucas) Câmara queira ser a má da fita. Até porque estas grandes superfícies têm "influência" económica e financeira nos Concelhos onde estão instaladas e podem sempre ser bons patrocinadores de eventos culturais, desportivos ou afins organizados pelas Câmaras.

Enquanto consumidor e comprador, fico satisfeito com esta abertura. É mais uma tarde que fica disponível para poder fazer as minhas compras. Se eu for preguiçoso e não o tiver feito nos dias da semana, ao fim do dia, no Sábado durante todo o dia ou no Domingo de manhã.
Por outro lado, este é mais um passo para acabar com o pequeno comércio que ainda existe e que ainda vai conseguindo fazer frente aos Hipermercados.
Obviamente que o pequeno comércio não pode de forma alguma fazer frente aos horários (e já nem falo dos preços) praticados pelas grandes superfícies. Muitos desses pequenos estabelecimentos são negócios familiares e por isso é impossível terem horários competitivos, a não ser que os seus donos vivessem lá.
A abertura das grandes superfícies nas tardes e noites de Domingo é mais uma hipótese das pessoas fazerem as suas compras de última hora que estão atrasadas ou ficaram esquecidas no fim-de-semana. Possivelmente são essas compras que irão deixar de fazer na Segunda-feira num pequeno estabelecimento perto de casa, porque não têm tempo de ir até ao Hipermercado.

Tudo isto são especulações e só o tempo irá dizer quem tem razão. Se esta abertura não terá quaisquer efeitos para além da situação actual ou se irá provocar o encerramento de ainda mais estabelecimentos de pequena dimensão, o chamado de comércio tradicional.
Se fosse eu, pelo sim, pelo não, e dada a situação de (dês)emprego que se vive, jogava pelo seguro e provavelmente não mexia nos horários. Afinal de contas, essas grandes superfícies já têm um horário bastante alargado.

JP